A crise da segurança pública não é só nas ruas no combate à criminalidade, mas também vem acontecendo dentro dos quartéis. Policiais militares do 9º Batalhão denunciaram na manhã do sábado (28) após a chacina que aconteceu na cidade de São João, localizado na região Agreste de Pernambuco, uma série de problemas que vem ocorrendo dentro da Organização Militar Estadual (OME).
Segundo a denúncia enviada à coluna Policial, do Blog Nossa Vitória, eles alegam que estão sendo submetidos “a sobrecarga em escalas extras, pressão por resultados e ameaças de transferências, caso se recusem a trabalhar durante a folga”.
“Estamos sendo massacrados pelo nosso comandante – a situação aqui está no limite. Estamos sem folga em decorrência da Operação Pernambuco Seguro, apesar de ser um serviço que deveria ser voluntário, estamos trabalhando apulso. E o policial que se recusa a tirar o serviço extra é ameaçado de ser transferido do Batalhão”, diz trecho da denúncia.
Ainda de acordo com a denúncia dos PMs, “boa parte dos resultados negativos são decorrentes da insatisfação dos militares com o gestor e que o oficial é rigoroso em excesso com a tropa”.
Os denunciantes também revelaram que “a viatura que faz o patrulhamento na cidade onde aconteceu a chacina que deixou cinco mortos na última quinta-feira (26) – incluindo uma bebê de 2 anos, é remanejada para outra área, vez ou outra, para atender capricho político na região”.
Eles contaram que no dia da ação criminosa a viatura não tinha se ausentado da cidade, mas é frequente acontecer esse remanejamento.
Segundo dados da Polícia Militar, o 9º Batalhão Monsenhor Arruda Câmara é atualmente comandado pelo tenente-coronel Paulo Roberto Rodrigues de Albuquerque e tem responsabilidade territorial por quinze municípios: Água Belas, Angelim, Bom Conselho, Brejão, Caetés, Capoeiras, Correntes, Garanhuns, iati, Lagoa de Ouro, Palmeirinha, Paranatama, Saloá, São João e Terezinha.
A coluna Policial questionou a PM sobre as denúncias, mas até a publicação desta matéria não obteve resposta.