PE: Leptospirose persiste e fecha 2017 com aumento de casos

Pernambuco fechou 2017 com um aumento de 35,5% nos casos notificados de leptospirose, um incremento de 23,1% nos confirmados e 26,3%% de alta nas mortes confirmada pela doença em relação a 2016. O último boletim anual da Secretaria Estadual de Saúde (SES), divulgado nessa quarta (3), aponta que 801 casos suspeitos foram informados à pasta no último ano contra 591 em 2016. Os doentes confirmados foram de 197 agora contra 160 anteriormente. Já os óbitos saltaram de 19 para 24 na comparação do mesmo período.

Diante do cenário de persistência da doença no Estado, que apresenta crescimento desde 2016, a SES convocará os gestores de municípios que estiveram no mapa da enfermidade para discutir estratégias de freá-la. A previsão é de que a reunião ocorra até o início de fevereiro. “Acho que esse ano que passou foi um termômetro importantíssimo para que possamos realmente cobrar dos municípios e trabalhar juntos com eles uma política de enfrentamento maior. Porque esta ainda é uma doença muito negligenciada no Brasil”, comentou o coordenador de estadual de zoonoses da SES, Francisco Duarte.

O gestor, inclusive, apontou que no nível federal existem lacunas sobre enfrentamento que poderiam municiar estados e municípios no combate a enfermidade. “Você ver que tem programa para arboviroses, mas cadê o programa do Governo Federal para leptospirose? Não existe uma política como existe para dengue, arboviroses ou para outras doenças”, criticou. Duarte afirmou que os principais pontos a serem debatidos com os municípios na tentativa de controlar os casos e mortes da doença em 2018 serão saneamento, coleta de lixo e conhecimento populacional sobre o mal. “Só jogar raticida tem impacto muito baixo. Isso ajuda no controle de foco. E esse controle de foco se não for bem feito temos o que chamamos de efeito boomerang, faz é aumentar a população de roedores nesses lugares. É preciso políticas macro”, explicou.

Sobre o aumento de casos em 2017, Duarte destacou que o acumulado de casos reflete não a explosão de número de ratos, mas esta relacionada às enchentes que inundaram várias cidades nos meses de junho e julho. Mesmo com as águas baixando faz algum tempo, a bactéria presente na urina dos roedores contaminados pode permanecer viável para contágio humano por até seis meses. Em espaços com lama, lixo e mato podem servir de reservatório para o microorganismo. É por isso que, segundo ele, moradores de bairros com pouca infraestrutura básica tem risco triplicado de adoecer.

Mortes

Na lista dos 24 óbitos, estiveram 12 cidades. O Recife teve sete mortes confirmadas. Em Jaboatão dos Guararapes foram quatro, seguido de Olinda com três e Itamaracá com dois. Paulista, Cabo de Santo Agostinho, Camaragibe, Igarassu, Moreno, Vitória de Santo Antão, Água Preta e Escada tiveram uma morte cada.

 

Folha de Pernambuco

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