Os moradores dos bairros Cajueiro e Caiçara, situados na área urbana de Vitória de Santo Antão, estão preocupados depois que atos de violência foram registrados na última semana.
Em uma das ações criminosas, assaltantes furtaram um mototaxista e levaram a motocicleta usada por ele para trabalhar.
O veículo foi furtado pela manhã no bairro Caiçara e à tarde foi encontrado pelo filho da vítima. A atitude corajosa e bastante perigosa do jogador de futebol Diógenes Rodrigues foi compartilhada nas redes sociais.
Em entrevista concedida ao Blog Nossa Vitória, ele disse que conseguiu localizar a motocicleta sozinho e sem ajuda da polícia. “À tarde, eu comecei a movimentar minha rede social comunicando o acontecimento. Eu e meus familiares e amigos também fizeram a mesma coisa. E por conta das publicações um amigo meu disse que estava havendo um tumulto no bairro Lagoa Redonda e que tinham deixado uma motocicleta abandonada com os capacetes. Ele insistiu que eu fosse em Lagoa Redonda para averiguar essa situação. Por volta das 15h30 eu chamei meu primo e mais um amigo e fomos no matagal para tentar encontrar”, explicou.
O filho do mototaxista também conta que foi um ato corajoso. “Entrei nesse matagal e ninguém teria coragem de fazer isso. Dei minha cara a tapa, pois poderia topar com alguém envolvido nesse crime e quando começamos a procurar achei primeiro o capacete. O cansaço bateu, mas eu não desisti e às 16h30 encontrei o veículo e acionei um amigo meu policial que orientou que eu tirasse o veículo do local. Depois disso, acionei a Polícia Militar e a proteção veicular”, disse.
Questionado pelo perigo que passou o jogador de futebol argumentou que sabia dos riscos, mas o mais importante para ele era recuperar o automóvel que é usado para o sustento da família. “Eu sei o quanto meu pai batalha, trabalha duro de mototáxi. Eu sei o quanto é difícil, eu tento tirar ele dessa situação, eu jogo bola, mas só quem tem pai mototáxi sabe o que é. E graças a Deus pudemos devolver a ele e o pão de cada dia vai voltar”, contou emocionado.
Distante aproximadamente seis quilômetros do centro do município, o bairro do Cajueiro é carente de ações mais efetivas da Polícia Militar. Antônio Vasconcelos, de 54 anos, que é morador da localidade por meio do WhatsApp da coluna Diário Policial (81 98525-6879) explicou um dos episódios da violência que testemunhou. “A gente chamou a polícia essa semana, porque ninguém aguentava mais o barulho de som alto na rua, os policiais vieram e mandaram o dono da casa desligar o som, mas quando a PM saiu outro rapaz que estava com ele sacou a arma e atirou pra cima várias vezes, ficamos bastante assustados e não tivemos coragem de denunciar novamente, pois eles disseram que se chamássemos a polícia novamente algo poderia acontecer contra nós”, disse.
Os crimes denunciados pelos populares é a venda e consumo de drogas, perturbação de sossego e porte ilegal de arma de fogo, além de disparos em via pública. Outra reclamação dos populares é a demora da chegada, quando o efetivo é acionado por eles. “A gente liga, eles [a Central] dizem que vão mandar uma viatura e a gente espera muito e às vezes ela nem chega. Nesse sábado eu liguei para a polícia de 11h para desligarem um som na Rua 06, mas vieram chegar no bairro era 15h30. Agora se fosse eu que tivesse matado alguém eles chegavam rápido, é muito difícil sabe? Quando mais a gente mais precisa não tem”, disse uma mulher que não quis ter a identidade revelada.
O QUE DIZ A POLÍCIA
Em nota a Polícia Militar explica que faz rondas nas localidades e efetua abordagens a veículos, motocicletas e transeuntes. A PM também disse que irá intensificar o policiamento na área.
Caso alguém queria denunciar algum cometimento de crime deve enviar imagens, vídeos, áudios e informações para o WhatsApp Denúncia (81) 99488-7590, no entanto, nos casos de ocorrências a Central do 21º Batalhão está apta 24h por dia, para atender no número (81) 3526-8900.
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