Cadê o policiamento no Centro? Essa é a pergunta que muitas pessoas estão fazendo após os moradores e comerciantes passarem momentos de terror nesta segunda-feira (23), em uma tentativa de assalto a uma joalheria na Praça Duque de Caxias, no Centro de Vitória de Santo Antão. Uma tremenda ousadia de criminosos, que já foram identificados, e devem ser presos há qualquer momento pela polícia. A ausência do policiamento encorajou os criminosos, os quais agiram sem medo e em plena luz do dia. Apesar do grande número de pessoas e a movimentação nas ruas, os assaltantes não se intimidaram para cometer a investida.
O desfalque de policiais nas ruas se dá por conta da Operação Padrão ou Polícia Legal que está ocorrendo em todo Pernambuco, onde os militares lutam por melhores salários e pelas condições mínimas de segurança para a execução do serviço. Segundo informações extraoficiais obtidas pelo Diário Policial, 95% do efetivo do 21º Batalhão de Polícia Militar aderiu ao movimento da categoria.
Olhando por outro lado, o pouco de policiais que temos patrulhando o município, boa parte deles, deveria cobrir a área central e comercial da Vitória. Haja vista, o grande número de estabelecimentos comerciais e também onde se concentra todas as agências bancárias – o que preocupa mais ainda a população em razão de investidas das quadrilhas especializadas em assaltos a bancos.
Os comerciantes, que lutam pelo pão de cada dia – arriscando suas vidas – nas madrugadas, manhãs e noites do cotidiano, sofrem por conta de assaltos e furtos. Esses crimes em sua maioria trazem grandes prejuízos econômicos a empreendedores locais e ao desenvolvimento socioeconômico da cidade, pois além da diminuição no fluxo de pessoas e dinheiro, alguns estabelecimentos fecham suas portas mais cedo por medo.
PRAÇA DA MATRIZ DOMINADA PELA RAPAZIADA
Bons tempos em que nossa Praça da Matriz era um dos maiores cartões postal da cidade e bastante frequentada por idosos, jovens, crianças e famílias, com o único objetivo: se divertirem e usufruir de um espaço tão bonito e aconchegante. Shows, eventos artísticos, e cantatas abrilhantavam as noites e atraiam todos àqueles que gostavam da boa música, barzinhos aconchegantes, pizzarias, soparias, sorveterias, que ‘engrossavam o caldo’ dos points ali localizados, especialmente no final de semana. Costumo dizer que a Matriz já foi uma opção de lugar tranquilo, mas hoje se transformou em um local violento e desagradável.
Infelizmente, o aumento gritante do consumo e tráfico de entorpecentes aliados à ausência da Polícia Militar e da Guarda Municipal, trouxeram frequentadores mal intencionados ao local, dando início a uma onda de violência desenfreada e resultando no aumento de roubos, furtos, brigas de galeras e até homicídio, motivados pela disputa da comercialização de ilícitos. Além de toda esta onda criminosa, a falta de organização e fiscalização de trânsito e utilização de sons pesadíssimos nos veículos que frequentam o ambiente tem tirado o sossego dos moradores locais e pessoas que buscam o entretenimento.
Nós somos conhecedores que na cidade temos o Ministério Público, mas o órgão deixa a desejar em vários aspectos, pois na maioria das vezes, as autoridades do poder judiciário fazem vista grosa para esse problema e outros. E pra finalizar não podemos esquecer-nos das câmeras de segurança instaladas no entorno da Praça da Matriz que são monitoradas pela Guarda Municipal e só servem de adereço. O dissabor é tão grande que ninguém mais faz críticas, pois virou algo rotineiro. Uns tem medo de denunciar, enquanto outros tentam acabar com essa imoralidade, mas sem apoio das autoridades fica nesta mesma situação.
POLÍCIA MILITAR TENTOU, MAS ‘’UMA ANDORINHA SÓ NÃO FAZ VERÃO’’
A Polícia Militar tentou diversas vezes por fim na farra dos delinquentes, porém eles faziam o papel de ‘enxugar gelo’. Muitos são menores de idade e quando são detidos, todo mundo sabe o que acontece: antes do policial terminar de preencher o Boletim de Ocorrências, o criminosinho saia pela porta da frente sorridente – como se tivesse ganhado na loteria.
Enquanto não houver uma união das forças de segurança, digo: Polícias Militar, Civil, Ministério Público e Poder Público Municipal, a população de bem clama às autoridades constituídas que saiam da inércia e acabem com este caos ali instalado através de ações integradas e sistemáticas para que não só cessem as práticas delituosas denunciadas por esta coluna, mas, que jamais voltem a ocorrer.