O sentimento de ser pernambucano nasceu 72 anos antes do sentimento de ser brasileiro: há dois séculos, no dia 6 de março de 1817, surgia uma nação chamada Pernambuco. A República que buscava independência da Coroa Portuguesa durou apenas 75 dias, mas deixou um legado inestimável, que nos inspira até hoje. Nas páginas a seguir, um pouco dessa história única.
Nada começa do acaso, muito menos uma revolução. O sentimento de independência da nação chamada Pernambuco já estava disseminado por entre suas ruas e nas rodas de conversas da elite intelectual da época quando a Revolução Pernambucana eclodiu no dia 6 de março de 1817. Uma semente que começou a ser plantada desde que os holandeses deixaram o Estado, em 1654, e que começou a ser articulada décadas antes da deflagração do movimento.
No início do século 19, Pernambuco em nada lembrava o período de desenvolvimento que foi iniciado pelo conde Maurício de Nassau. Pouca era a atenção dada pela Coroa Portuguesa ao território que chegou a ser responsável por mais da metade das exportações brasileiras no auge da cana-de-açúcar, durante o período colonial. Daqui, somente saíam gordos impostos cobrados aos comerciantes e proprietários de terras para bancar os luxos da Família Real e a construção da nova Capital do Reino Unido do Brasil no Rio.
“Os reis que vieram depois da saída dos holandeses passaram a não atender mais à burguesia e às elites, que começaram a achar que não estavam sendo recompensadas”, afirma o professor de História da Universidade Católica de Pernambuco, Flávio Cabral.
Um cenário que contrastava com o espírito de modernização que a sociedade vivenciava. A economia pernambucana começava a se reinventar para os novos tempos. Ganhava espaço o comércio, a produção de algodão, couro, madeira e produtos tropicais. Uma nova burguesia ascendia, enquanto as elites tradicionais mantinham suas terras e sua influência. Em comum, ambos guardavam o ressentimento de perda do poder político do Estado.
A ebulição social, porém, não era refletida na infraestrutura das cidades. Não havia investimentos que compensassem os altos impostos pagos pelos pernambucanos. O interior estava relegado às constantes secas e problemas de serviços básicos como falta saneamento e iluminação afetavam os centros urbanos.
Uma situação que inflamou um crescente sentimento de revolta popular que encontrou um espelho nos acontecimentos revolucionários que se alastravam ao redor do mundo. Era o período do iluminismo e o lema da “Liberdade, Igualdade e Fraternidade” da Revolução Francesa ecoava pelos países, provocando movimentos separatistas em toda a América, desde os Estados Unidos até as colônias espanholas.
No Brasil, movimentos começavam a brotar em Minas Gerais (Inconfidência Mineira, 1789) e na Bahia (Conjuração Baiana, 1798), mas nenhum teria tamanha ousadia como se viu em Pernambuco, no século seguinte.
Nada começa do acaso, muito menos uma revolução. O sentimento de independência da nação chamada Pernambuco já estava disseminado por entre suas ruas e nas rodas de conversas da elite intelectual da época quando a Revolução Pernambucana eclodiu no dia 6 de março de 1817. Uma semente que começou a ser plantada desde que os holandeses deixaram o Estado, em 1654, e que começou a ser articulada décadas antes da deflagração do movimento.
No início do século 19, Pernambuco em nada lembrava o período de desenvolvimento que foi iniciado pelo conde Maurício de Nassau. Pouca era a atenção dada pela Coroa Portuguesa ao território que chegou a ser responsável por mais da metade das exportações brasileiras no auge da cana-de-açúcar, durante o período colonial. Daqui, somente saíam gordos impostos cobrados aos comerciantes e proprietários de terras para bancar os luxos da Família Real e a construção da nova Capital do Reino Unido do Brasil no Rio.
“Os reis que vieram depois da saída dos holandeses passaram a não atender mais à burguesia e às elites, que começaram a achar que não estavam sendo recompensadas”, afirma o professor de História da Universidade Católica de Pernambuco, Flávio Cabral.
Um cenário que contrastava com o espírito de modernização que a sociedade vivenciava. A economia pernambucana começava a se reinventar para os novos tempos. Ganhava espaço o comércio, a produção de algodão, couro, madeira e produtos tropicais. Uma nova burguesia ascendia, enquanto as elites tradicionais mantinham suas terras e sua influência. Em comum, ambos guardavam o ressentimento de perda do poder político do Estado.
A ebulição social, porém, não era refletida na infraestrutura das cidades. Não havia investimentos que compensassem os altos impostos pagos pelos pernambucanos. O interior estava relegado às constantes secas e problemas de serviços básicos como falta saneamento e iluminação afetavam os centros urbanos.
Uma situação que inflamou um crescente sentimento de revolta popular que encontrou um espelho nos acontecimentos revolucionários que se alastravam ao redor do mundo. Era o período do iluminismo e o lema da “Liberdade, Igualdade e Fraternidade” da Revolução Francesa ecoava pelos países, provocando movimentos separatistas em toda a América, desde os Estados Unidos até as colônias espanholas.
No Brasil, movimentos começavam a brotar em Minas Gerais (Inconfidência Mineira, 1789) e na Bahia (Conjuração Baiana, 1798), mas nenhum teria tamanha ousadia como se viu em Pernambuco, no século seguinte.
Folha de Pernambuco