A bancada de oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) apresentou dados, nesta segunda-feira (6), que apontam que o Estado registrou mais de mil homicídios em 65 dias. A marca foi alcançada com casos registrados no último fim de semana, quando foram contabilizadas 49 mortes. Os dados da bancada apontam ainda um crescimento de 40% sobre o mesmo período ano passado, quando foram cometidos 712 homicídios até o dia 5 de março.
O grupo lembra que, desde 2015, vem tratando da necessidade de uma reformulação do Pacto pela Vida, programa implantado no primeiro governo Eduardo Campos (PSB), que, segundo a bancada, está falido.
“As únicas medidas adotadas pelo Governo do Estado foram as trocas do comando da Polícia Militar, do chefe da Polícia Civil e do próprio secretário de Defesa Social, como se essas medidas fossem solucionar o clima de guerra civil vivido hoje nas ruas do Estado”, afirmou o deputado Silvio Costa Filho (PRB), líder da oposição.
Silvio Filho encaminhou solicitação ao presidente da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos, Edilson Silva (PSOL), para realização de uma audiência pública para discutir o Pacto pela Vida. A ideia, segundo o parlamentar, é trazer para o debate alguns dos idealizadores do programa, que foi responsável pela redução da criminalidade até 2013. “Nos últimos três anos, foram mais de 40% de crescimento na violência e o Governo do Estado parece paralisado, sem poder de reação, enquanto o clima vivido nas ruas é de guerra civil”, destacou o psolista.
Na lista de reivindicações da oposição, a bancada cobra melhorias nas condições de trabalho dos agentes de seguranças, a apresentação de um plano para reduzir a violência este ano e no próximo e que esse plano seja de livre conhecimento da população. “É preciso que o Governo venha à sociedade dizer o que está fazendo, efetivamente, para reduzir a média de 16 assassinatos por dia registrada este ano, assim como o crescimento de 438% no número de assaltos a ônibus e os 75% de aumento no caso de crimes violentos contra o patrimônio”, cobrou Silvio Costa Filho.
Blog da Folha