Inflação em ritmo disparado é problema histórico
Folha de Pernambuco
“Na época do governo de José Sarney (1984-1990), todos os dias a tabela de preços dos fornecedores ‘virava’. Os preços de ontem já não serviam para hoje e o acréscimo ia parar no consumidor”, comenta o diretor Comercial da Pitú, Alexandre Ferrer, sobre um dos percalços econômicos que a empresa passou em seus 75 anos de existência. Quando foi fundada, era o único exemplar industrial no município de Vitória de Santo Antão, e hoje compõe o setor junto com a Mondelez International (antiga Kraft Foods) e a Perdigão/Sadia. Às margens da BR-232, a Pitú emprega 530 funcionários, muitos de carreira.
O professor de Gestão Financeira Werner relembra os problemas econômicos pelos quais passou o Brasil entre 1973 a 1990. Depois de recessões, repetidas trocas de moedas, arrocho salarial, baixo crescimento e inflação descontrolada, as empresas aqui citadas são, antes de tudo, fortes sobreviventes. “Mesmo com toda a turbulência econômica, elas continuaram a perseguir suas ideias, com obstinação e determinação. Souberam observar as oportunidades em momentos delicados, consolidando suas marcas”, considera.
Nesse tempo, a Pitú passou por turbulências econômicas, mas também viu um negócio, que começou produzindo vinho e catuaba, virar uma das cachaças mais famosas do País. Fundada em 1938 pelo avô de Alexandre, Severino Ferrer e o amigo dele, Joel Carneiro, a empresa produz, apenas de bebidas que levam aguardente na composição, sete milhões de litros.
“Faço parte da terceira geração da família à frente da empresa”, comenta. O nome, ele conta, sem muita certeza, veio do açude que ficava no engenho onde a fábrica começou a funcionar, “que era cheio de pitús”. Hoje, a marca do camarão de água doce tem abrangência nacional e é exportada para os Estados Unidos, México, Chile, Japão, China, alguns países da Europa e do Mercosul.