Cenário de mercado é animador, com oportunidades em diversos segmentos da bioenergia, como hibridização de veículos e produção de hidrogênio verde
O Grupo JB, um dos cinco maiores de bioenergia de Pernambuco e um dos mais importantes do setor no Nordeste, chega aos 60 anos tendo à frente um caminho desafiador, mas de muitas oportunidades. O cenário de mercado é animador, já que a descarbonização da economia traz grandes possibilidades para os produtores de energia limpa.
“O desafio dessa cadeia de negócios da descarbonização não é pequeno, a competição é muito acirrada, mas estamos prontos para ela”, garante a diretora-executiva do grupo, Carolina Beltrão, representante da 3ª geração à frente da companhia.
Nesse ambiente de alta competitividade, o grupo, que tem o etanol como carro-chefe da empresa, conta a seu favor com uma expertise de 42 anos em bioenergia.
Na safra 2023/2024, a empresa totalizou 70 mil metros cúbicos de etanol destinados ao atendimento da demanda interna no Brasil e a exportações para diversos países da América, Europa e África.
No Brasil, o panorama da bioenergia – particularmente do etanol – para o médio e longo prazos, é positivo e ainda mais no Nordeste. Isso devido à presença, na região, de duas gigantes da indústria automobilística global que vão produzir carros híbridos a álcool: Stellantis, em Pernambuco, e BYD, na Bahia.
O movimento dos estados nordestinos para atraírem polos de fabricação de hidrogênio verde e os experimentos para uso do álcool na fabricação de hidrogênio verde abrem outro campo de oportunidades.
Grupo JB é forte em etanol
O Grupo JB nasceu em 1964 como um pequeno engenho de aguardente, no município de Vitória de Santo Antão (Zona da Mata), a 48 quilômetros do Recife. Mas o primeiro grande salto na história da empresa foi impulsionado justamente pelo etanol.
Em 1982, a companhia estreou na fabricação de etanol hidratado para uso automotivo, aproveitando a demanda criada pelo Programa Nacional do Álcool (Proálcool), lançado em 1977.
Em 1990, a JB deu um passo ainda maior no setor de bioenergia ao construir, em parceria com outras usinas, o Tecab, localizado na Paraíba. O terminal de granéis líquidos alavancou as operações de importação e exportação de álcool do grupo.
Em 1996, o Grupo JB ampliou ainda mais sua presença no setor, com a aquisição da Lasa Linhares Agroindustrial (ES). Foi uma estratégia para garantir a produção de álcool durante o ano inteiro, já que as safras da região Nordeste e Sudeste acontecem em períodos distintos, sendo complementares.
Atualmente, o etanol segue firme e forte no portfólio de negócios do grupo, sendo a Companhia Alcooquímica Nacional e a Lasa – Linhares Agroindustrial S.A as unidades industriais produtoras em Vitória (PE) e Linhares (ES).
“Nossa expectativa é que a área de biocombustíveis passe a ter um peso ainda maior em nossas operações devido à descarbonização e seus impactos em diversos setores econômicos que vão demandar energia limpa”, avalia Carolina Beltrão.
Conheça as outras áreas de atuação do Grupo JB
Além de etanol, o Grupo JB atua em outras áreas. Responsável pela geração de 5 mil empregos e comprometida com o desenvolvimento socioeconômico sustentável das regiões onde atua, a corporação vem deixando a sua marca, por exemplo, no segmento de eletricidade.
A energia, destinada à venda no mercado livre do setor, é produzida a partir da co-geração com bagaço de cana em suas duas usinas – em Vitória de Santo Antão e Linhares.
A indústria alimentícia também integra os negócios do grupo, por meio da produção de açúcar a granel destinado. Na safra passada, foram produzidas 75 mil toneladas, 100% destinadas a exportação.
Outro produto industrial da empresa é o CO2 puro grau alimentício, manufaturado pela Carbogás, maior fabricante 100% nacional desse gás. A Carbogás, fundada em 2004, tem capacidade para industrializar 525 toneladas por dia de CO2. É detentora de 12% do mercado brasileiro desse produto.
Reconhecida como patrimônio histórica e cultura do Brasil, a aguardente de cana-de-açúcar, produto que remete às origens do grupo nos anos 1960, segue no portfólio da companhia. A produção de cachaça do grupo na safra passada atingiu 35 mil metros cúbicos, destinados às maiores indústrias de bebidas instalada no Brasil e a diversos países em todo o mundo.