Para marcar a passagem dos 69 anos do movimento agrário das Ligas Camponesas, a Secretaria de Cultura, Turismo e Economia Criativa (Seculte), da Prefeitura da Vitória de Santo Antão, realiza mais uma edição do “Viva Galileia”. O evento está programado para ocorrer no dia 14 de janeiro, a partir das 8h, e contará com feira de artesanato e de produtos agroecológicos, apresentações culturais, além da oferta de serviços de saúde e de assistência social.
A programação tem como público alvo, discentes, moradores de comunidades rurais, agricultores, artistas, representantes de instituições governamentais e não governamentais, com o objetivo de discutir as potencialidades da comunidade na educação, na agricultura familiar e no turismo comunitário.
“A nossa proposta é organizar um evento que celebre a história do Engenho Galileia, na zona rural da cidade. O objetivo é valorizar esse patrimônio cultural, fortalecer a história de Vitória de Santo Antão e dar visibilidade à comunidade local. O evento trará um impacto positivo nas áreas da saúde, educação, habitação e geração de renda”, frisou Lázaro Santos, diretor da Seculte.
CONFIRA A PROGRAMAÇÃO:
8h às 12h
Feira de produtos agrícolas
Serviços de Assistência Social
Serviços de Saúde
8h30
Coral de Flautas Doces do Instituto Dom de Deus.
9h30
Rafael Setestrelo e Grupo Literatos
10h30
Dennis Anderson e Banda
11h30
Fala de autoridades
12h
Inauguração da Placa dos Fundadores da Sociedade Agrícola e Pecuária de Plantadores de Pernambuco (SAPPP)
HISTÓRICO
Em 01 de janeiro 2024 comemora-se os 69 anos de fundação da Sociedade Agrícola e Pecuária de Plantadores de Pernambuco (SAPPP), criada em 1954 e legalmente constituída em 1955, pelos moradores arrendatários da localidade de Engenho Galileia, em Vitória de Santo Antão, a 50 quilômetros de Recife, onde viviam e trabalhavam cerca de 140 famílias. Foi um movimento social organizado pelos trabalhadores do campo como forma de mobilização para garantir terra e trabalho.
Apesar de inicialmente concordar com a criação do movimento, o proprietário da terra voltou atrás no seu apoio, alegando que “aquilo era comunismo”. As famílias foram despejadas, mas os camponeses resistiram e buscaram apoio na justiça, através do advogado e deputado pelo Partido Socialista, Francisco Julião Arruda de Paula e, em janeiro de 1955, a SAPPP foi legalizada. Eles obtiveram vitória na Justiça em 1958, naquela que seria apontada por alguns como a primeira desapropriação legal para fins de reforma agrária no Brasil. As 140 famílias ganharam, através da SAPPP, a propriedade daquelas terras. A vitória reverberou entre camponeses de Pernambuco e em estados vizinhos.
A partir de então, o movimento das Ligas Camponesas se espalhou pelo Nordeste, especialmente depois da seca de 1958, quando milhares de trabalhadores rurais se uniram, na cidade de Recife, para o “Primeiro Congresso de Foreiros e Proprietários”. A seguir, o movimento estendeu-se a Minas Gerais e interior do Rio de Janeiro e, com o apoio da ala progressista da Igreja, as Ligas Camponesas ganharam força e dinamismo.
SERVIÇO
Data: 14 de janeiro de 2024.
Horário: 8h às 13h.
Local: Biblioteca José Ayres dos Prazeres, Engenho Galileia