Renato Douglas Queiroz da Silva, nascido em Vitória de Santo Antão em 24 de junho de 1986, é um notável grafiteiro pernambucano que tem desempenhado um papel fundamental na difusão de arte e cultura pelo estado. Sua jornada no mundo do grafite começou quando ele tinha apenas 13 anos, e desde então, tem disseminado sua criatividade e expressão artística por toda a região. Inicialmente, ele deixou sua marca em muros no centro de Recife, sendo em 2002 que ele começou a assinar suas obras de arte.
Um marco importante em sua trajetória ocorreu em 2004, quando com apenas 18 anos, ele ministrou sua primeira oficina de grafite como parte do Projeto Festival da Juventude de PE, sediado no Centro de Convenções. O ano de 2005 testemunhou AtosPE como um dos organizadores do Encontro Nordestino de Hip Hop no Teatro do Parque, onde sua criatividade se manifestou em um painel interno impressionante.
“Para mim, o grafite é muito mais do que apenas pintar paredes. É uma forma de expressar minhas emoções, minhas ideias e conectar-me com a cultura vibrante de Pernambuco. Desde o momento em que peguei uma lata de spray pela primeira vez aos 13 anos, soube que tinha encontrado minha paixão. Cada traço, cada cor que aplico em meus murais carrega um pedaço da minha história e das histórias das comunidades que represento”, destaca.
Sua dedicação ao movimento artístico também é evidenciada por seu envolvimento na Rede de Resistência Solidária, um grupo de grafiteiros que se unem para promover ações mensais de grafite em comunidades carentes. Com recursos próprios, eles transmitem a riqueza cultural e a representatividade de cada comunidade por meio da arte, transformando experiências da vida cotidiana em expressões artísticas que celebram alegrias, lutas, conquistas e resiliência. Essa iniciativa é conhecida como o Mutirão de Grafite da Rede de Resistência Solidária.
Em 2006, AtosPE trouxe sua arte de volta às raízes, deixando sua marca em Vitória, sua cidade natal. Ele se tornou o pioneiro grafiteiro de rua a embelezar a cidade com sua criatividade, exibindo símbolos culturais pernambucanos como o Caboclo de Lança e o Bumba Meu Boi em viadutos e locais emblemáticos, muitas vezes durante o período de carnaval.
A expressão artística do artista transcende os limites dos muros urbanos, chegando a camisas e outros suportes que propagam ideias e emoções. Um exemplo notável é sua obra em uma geladeira que se transforma em uma Gelateca, uma fusão de geladeira com biblioteca, conhecida como Gelateca Maria Betânia de Carvalho, situada na Praça de Jardim São Paulo em Recife/PE.
Com todo esse tempo de trabalho, ele continua a manter viva a paixão que descobriu aos 13 anos. Sua jornada de vida, fortemente conectada à expressão artística, continua a inspirar jovens e adolescentes, mostrando-lhes que a arte pode ser uma ferramenta poderosa para a transformação social.