Pernambuco confirma circulação comunitária da influenza A (H3N2)

O Laboratório Central de Saúde Pública de Pernambuco (Lacen-PE) liberou, nesta segunda-feira (20/12), o resultado da análise de amostras biológicas de pacientes que tiveram resultado negativo para a Covid-19. Na verificação do painel viral, que inclui influenza, vírus sincicial respiratório (VSR) e rinovírus e é feita semanalmente pela técnica de RT-PCR, foram obtidos 40 casos positivos para a influenza A (H3N2). Desses, um paciente veio a óbito no último domingo (19/12). Esses casos juntam-se aos outros três divulgados no último sábado, totalizando 42 por critério laboratorial e um por clínico-epidemiológico. As informações foram repassadas nesta segunda durante coletiva de imprensa da Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE).

Os pacientes são oriundos de 14 municípios, espalhados por todas as regiões do Estado, além de um de Niterói (RJ). Com isso, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) afirma que já há circulação comunitária em Pernambuco desse tipo de influenza, que circula de forma sazonal, ou seja, de tempos em tempos. Uma nota técnica foi liberada nesta segunda com orientação para os serviços de saúde sobre como proceder para notificação e tratamento dos casos, além de informações sobre medidas de prevenção.

“Precisamos lembrar que a influenza é uma doença sazonal, que já vem sendo confirmada em diversos Estados brasileiros. Apesar de preocupante, a circulação da influenza A (H3N2) deve ter uma menor repercussão em casos graves e internamentos quando comparadas às ocorrências da Covid-19. Precisamos, neste momento, de uma atenção redobrada, principalmente para as crianças, os idosos e pessoas com comorbidades severas, já que são grupos com maior risco para agravamento pela influenza”, ressaltou Longo. O secretário de Saúde também afirmou que foi comunicado, neste último final de semana, por unidades privadas de saúde e por Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), do aumento de pacientes com sintomas gripais, quadros que podem ser provocados por diversos vírus, como a Covid-19 e a influenza, além de outros agentes.

“Neste momento, é de suma importância que todos os pacientes com quadro de síndrome respiratória aguda grave (Srag) sejam testados para Covid-19 e, se negativarem, as amostras serão testadas no Lacen para uma possível infecção pela influenza. Também é fundamental redobrarmos os cuidados, especialmente com o uso da máscara, uma medida comprovadamente eficaz para controlar diversas doenças, incluindo a Covid-19 e a influenza. Se a grande maioria das pessoas usar a máscara corretamente, vamos evitar as contaminações, o estrangulamento da rede de saúde e que vidas sejam perdidas para a Covid e também para a influenza. A máscara pode ser um pouco desconfortável, mas salva a sua vida e pode impedir que você seja responsável pelo adoecimento de alguém que ama”, frisou.

PERFIL DOS CASOS – Dos 42 casos confirmados de influenza A (H3N2) laboratorialmente desde o sábado, 9 são casos de Srag, com 6 internados em enfermaria, 2 em UTI e 1 óbito. A morte foi de um homem de 46 anos, residente no Recife. Ele apresentou quadro de falta de ar no último dia 09/12, buscando atendimento em uma UPA no dia 10/12, quando foi intubado e transferido para a UTI do Hospital Agamenon Magalhães (HAM), vindo a falecer no domingo (19/12). O homem, paciente renal crônico, teve o exame para Covid-19 negativo, sendo feito, posteriormente, o da influenza.

Também foram localizados 12 registros no sistema e-SUS, utilizado para registro de casos leves, a partir de informações que já estavam baixadas na SES-PE. Os demais, provavelmente também do e-SUS, não foram localizados, já que o sistema do Ministério da Saúde (MS) está fora do ar.

Os pacientes confirmados para a influenza A (H3N2) são dos municípios do Recife (17), Caruaru (4), Igarassu (4), Jaboatão dos Guararapes (4), Cabo de Santo Agostinho (2), Olinda (2), Camaragibe (1), Carpina (1), Ipojuca (1), Itambé (1), Moreno (1), Ribeirão (1), Santa Terezinha (1) e Vitoria de Santo Antão (1), além de Niterói (1), no Rio de Janeiro, e mais 1 do Recife pelo critério clínico-epidemiológico. As faixas etárias são: 5 (12%) menores de 18 anos; 17 (40%) de 18 e 39 anos; 15 (36%) com 40 a 59 anos e 5 (12%) com 60 anos ou mais; além do caso confirmado por critério clínico-epidemiológico (48 anos).

UNIDADES PRIVADAS – Durante a coletiva, o secretário André Longo ainda informou que irá encaminhar 50 mil testes rápidos de antígeno para detecção da Covid-19 para unidades privadas do Estado que possuam emergência de clínica médica e de pediatria. A decisão foi acordada com o Sindicato dos Hospitais, Clínicas, Casas de Saúde e Laboratórios de Pesquisas e Análises Clínicas do Estado de Pernambuco (Sindhospe).

“Precisamos ter a consciência que estamos diante de mais um vírus respiratório. Os sintomas da Influenza H3N1 e da Covid-19 são muito semelhantes, especialmente a variante ômicron. Precisamos estar cientes da confusão de diagnóstico e, por isso, precisamos estar conscientes da importância de realização de exames laboratoriais, especialmente o teste rápido de antígeno para Covid-19.Também é importante ressaltar que a Influenza já circula há muito tempo e algumas pessoas têm um risco maior de agravamento, principalmente idosos, gestantes e, diferente da Covid-19, as crianças. Por isso, precisamos reforçar o isolamento das pessoas com sintomas gripais e o uso da máscara”, reforçou o o médico e chefe do setor de doenças infectocontagiosas do Hospital Universitário Oswaldo Cruz, Demetrius Montenegro.

COVID-19/ DOSE DE REFORÇO – A população entre 18 e 54 anos poderá fazer a vacinação de reforço contra a Covid-19 após quatro meses da aplicação da segunda dose. A mudança, de cinco meses para quatro, recebeu o aval do Comitê Técnico Estadual para Acompanhamento da Vacinação e foi pactuada entre a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) e os gestores municipais na reunião da Comissão Intergestores Bipartite (CIB), realizada na tarde desta segunda-feira (20/12).

Anteriormente, apenas as pessoas a partir dos 55 anos, além dos trabalhadores de saúde e a população de Fernando de Noronha, tinham o intervalo de quatro meses entre a segunda dose e o reforço. Ou seja, agora toda a população a partir dos 18 anos seguirá a mesma recomendação, que também é balizada pelo Ministério da Saúde (MS).

Contudo, há duas exceções. No caso das gestantes, se mantém o intervalo de cinco meses. Na reunião, ainda foi informado que, por orientação do órgão federal, o esquema básico das pessoas com alto grau de imunossupressão será com três doses de vacina (duas doses e uma dose adicional), mais uma dose de reforço quatro meses após a terceira aplicação.

“Estamos com patamares modestos e precisamos avançar mais com esta dose de reforço. Especialmente para os idosos este reforço vacinal é crucial. Para que não tenhamos ainda mais adoecimentos e mortes quando chegarmos ao nosso período sazonal, precisamos melhorar os atuais indicadores vacinais. Atualmente, nossa cobertura da dose de reforço na população acima dos 60 anos está em 59,8%. Nesta mesma faixa etária, o percentual de 2ª dose está em 105,9%”, disse André Longo.

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