Por causa da pandemia, o plantão começou um pouco mais tarde esse ano, entretanto, a demanda continua alta
O conhecido plantão do “Pátio do Milho” no Centro de Abastecimento e Logística de Pernambuco (Ceasa-PE) teve início na última segunda-feira (15), ampliando o funcionamento para 24 horas devido a maior demanda, mesmo com a pandemia do coronavírus. A venda do milho verde no pátio do Centro já estava acontecendo desde o começo de junho e vai até o final do mês, no dia 30. Entretanto, o horário esticado está programado para acontecer entre o dia 15 de junho e o dia 23, até às 18h. Já no dia de São João, 24, o pátio vai funcionar das 5h às 13h.
Tradicional no mês de junho, o pátio dispõe as espigas de milhos em montes para os compradores. Entretanto, nesse ano, o plantão começou mais tarde do que o costume por causa da pandemia. O fluxo de clientes observado pela reportagem não era grande. Entretanto, o diretor técnico-operacional Paulo de Tarso comenta que isso é reflexo dos últimos dias chuvosos. “A chuva atrapalhou pessoas de virem. Mas nossa demanda continua alta. De 1º a 16 de junho, em relação ao ano passado, a demanda teve crescimento de 8%”, pontua.
Paulo de Tarso ainda usa como exemplo o valor dos preços. Segundo dados fornecidos pelo Departamento Técnico do Ceasa, no dia 17 de junho de 2019, os valores de 50 espigas eram de R$ 15 a R$25. Hoje, está de R$ 20 a R$ 30. “O valor está levemente mais alto. Se a procura estivesse baixa, o preço estaria levemente menor, porque ia ter menos pessoas comprando. É a lógica de procura e oferta”, explica. Para o diretor, com a aproximação da data do São João, a movimentação ainda vai aumentar. “A produção está garantida e, consequentemente, a oferta. A partir de agora a demanda vai crescer e ampliamos o horário para evitar aglomerações”, explica.
Além do horário ampliado para evitar aglomerações, o Ceasa tem feito uma campanha pela rádio interna e pela mídia externa para que pessoas optem por ir ao Centro de Abastecimento pela parte da tarde, priorizando a madrugada e a manhã para os comerciantes e evitando uma maior quantidade de pessoas no mesmo horário. A reportagem notou que todas as pessoas estavam utilizando máscaras, que são obrigatórias no estabelecimento e no Estado.
Segundo o operador, ainda, o espaço também tem sido higienizado diariamente. “Estamos distribuindo máscaras e álcool em gel; temos lavatórios móveis; todo dia o pátio é desinfectado. Está sendo feita toda a higienização do pátio para que o consumidores e os produtos rurais possam frequentar um ambiente limpo”, esclarece Paulo de Tarso. Ele também explica que foi feito um reforço de 50% no contingente do setor de segurança e trânsito.
EXPECTATIVA E NÚMEROS
A expectativa para o mês de junho é se aproximar da oferta do ano passado. Em 2019, foram 13 milhões de espigas vendidas. Em 2020, espera-se, pelo menos, 12 milhões. “A venda menor que o ano passado acontece não pelo fato da produção. A produção está sendo muito boa, porque tiveram chuvas regulares nas regiões produtivas e os mananciais estão cheios. A venda menor acontece pelo consumo ser incerto em função da também da covid-19, já que não vão haver festas juninas e os hotéis estão com sua capacidade reduzida de operação”, comenta o diretor.
Os dados fornecidos pelo Departamento Técnico do Ceasa mostram que, em comparação a 2020, desde janeiro até 17 de junho, a quantidade ofertada de milho foi de quase 18% a mais em 2019. São 13.110.000 espigas fornecidas ano passado, ao passo que neste ano, foram 10.717.000. Entretanto, entre 1º de junho e 16 de junho, a diferença na oferta é bem menor. Nesse intervalo, em 2019, foram ofertadas 3.250.000 espigas, enquanto em 2020, 3.150.000. Para Paulo, as chuvas também atrapalham a logística de colheita, o que explica esse valor ligeiramente menor.
JC Online
Foto: Bruno Campos/JC Imagem