O Governo do Estado, em parceria com a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), vai avaliar a qualidade dos pescados no litoral do Estado. Ao todo, serão coletadas 150 amostras de pescados em 12 localidades pesqueiras atingidas pelo derramamento de óleo no litoral. Nesse primeiro lote, as análises ficarão sob a responsabilidade da PUC/RJ, laboratório certificado que presta serviços à própria Petrobras em questões relacionadas à contaminação por petróleo.
Segundo o secretário de Desenvolvimento Agrário do Estado, Dilson Peixoto, o objetivo da análise é dar segurança aos pescadores e à população de Pernambuco quanto à segurança dos pescados no litoral. “Esta análise vai nos dar condições de afirmar se houve contaminação dos pescados e, em caso positivo, em que intensidade. Só a partir dessa avaliação será possível afirmar se os pescados estão livres de contaminação e liberados para o consumo da população”, explicou o secretário, acrescentando que o foco das análises é a pesca artesanal, não contemplada pelas fiscalizações já realizadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e pela Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária (Adagro) com a indústria e os entrepostos com cadastro federal e estadual.
A previsão é que em dez dias sejam liberados os primeiros resultados. As primeiras 50 amostras foram enviadas à PUC nesta segunda-feira (11) e as amostras restantes devem ser enviadas ainda esta semana. A coleta está sendo realizada por alunos do departamento de Engenharia de Pesca da Universidade e extensionistas do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), empresa vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA).
Entre as espécies coletadas estão moluscos (ostra, marisco e sururu), peixes (budião, saramunete, sapuruna, tainha, xaréu, manjuba, agulha, camurim, vermelho, pampo, bonito, dourado, bagre, raias e cações) e crustáceos (lagosta, camarão, caranguejo, guaiamum e siri). As coletas estão sendo realizadas nos estuários do Rio Capibaribe, Itapissuma, Itamaracá, Igarassu, Goiana, Paulista, Cabo de Santo Agostinho, Rio Formoso, Tamandaré, Ipojuca e São José da Coroa Grande.
Após essas primeiras coletas, será iniciado um trabalho de monitoramento dos pescados no litoral de Pernambuco, por prazo indeterminado. “Esse tipo de acidente, com possibilidade de contaminação por hidrocarbonetos, tende a deixar vestígios por muito tempo, por isso a necessidade de manter o monitoramento dos pescados por meses e até anos”, detalhou Dilson Peixoto.
A expectativa é que esse trabalho de monitoramento seja assumido pelo Instituto de Tecnologia de Pernambuco (Itep), que atualmente está em fase de certificação de seu laboratório para análise de contaminação por hidrocarbonetos.
BALNEABILIDADE
Na última sexta-feira (8), a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) divulgou o resultado de análise das águas no litoral pernambucano. Após duas baterias de análises, realizadas pela Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) em parceria com outras instituições, não foram detectadas nas amostras presença de hidrocarbonetos, compostos orgânicos encontrados no petróleo e que, em grandes concentrações, podem causar danos à saúde. Ao todo, foram examinadas amostras de 16 praias, buscando identificar os 21 principais compostos presentes no petróleo e todas foram consideradas próprias para o banho.
Fotos: Divulgação/SDA