Os vencedores do 6º Prêmio Hermilo Borba Filho terão seus títulos publicados pela Companhia Editora de Pernambuco (Cepe). O anúncio foi feito, nesta quarta-feira, em cerimônia realizada no Espaço Pasárgada, uma realização do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Cultura, da Fundarpe e Cepe Editora. O grande vencedor foi Walther Moreira Santos, de Vitória de Santo Antão, com o título O último dia da Senhora Stone, categoria especial (prêmio no valor de R$ 20 mil), por ser considerada a melhor obra dentre todas as regiões.
Os primeiros lugares levaram prêmios no valor de R$ 10 mil e os segundos lugares R$ 5 mil. A Região Metropolitana do Recife (RMR) teve dois primeiros lugares: João Paulo Parisio, com Quimera; e Luís Serguilha, destaque com Harmatía. O segundo lugar da RMR, Jussara Salazar, venceu com O dia que fui Santa Joana dos Matadouros. Além do Grande Prêmio, Walther Moreira Santos conquistou o 1º lugar da Zona da Mata. Wander Shirukaya ficou em segundo lugar com o título Na escuridão somos todos iguais, também da Zona da Mata.
A premiação contou com a participação de 162 obras inscritas, oriundas da Região Metropolitana (109), Agreste (21), Mata (15) e Sertão (17).
De acordo com o presidente da Cepe Editora, Ricardo Leitão, um dos aspectos importantes da premiação de 2019 do Prêmio Hermilo Borba Filho foi o fato de ter sido laureado um escritor de Vitória de Santo Antão. Ele destaca a importância da regionalização, que permite a participação de autores de todas as regiões do Estado.
“A Cepe fica honrada em ter trabalhado desde o início, de forma integrada, com a Secretaria de Cultura e com a Fundarpe. Participamos com a impressão e a distribuição dos livros, que de fato é o que mais interessa para o autor: escrever para ser lido, para que as pessoas tenham conhecimento de suas opiniões e de sua criação literária. É uma iniciativa muito importante neste momento do Brasil, quando a cultura está sendo tão relegada, tão esquecida. Promover o livro, a leitura, promover o prêmio literário torna-se ainda mais importante neste contexto”, destaca Leitão.
Os títulos vencedores serão publicados pela Cepe Editora, com tiragem de 1.200 (mil e duzentos) exemplares; os segundos colocados também serão publicados, com tiragem de 800 exemplares. A título de direito autoral, cada vencedor ficará com 300 exemplares do livro; e os segundos colocados receberão 200 exemplares para cada segundo colocado.
HISTÓRICO DOS VENCEDORES:
JOÃO PAULO PARISIO – Nasceu em 4 de setembro de 1982, no Recife – PE. Estreou na literatura com Legião Anônima, contos, em 2014. Em 2015 lançou Esculturas Fluidas, poemas, ambos pela Cepe Editora e incluídos na seleção de melhores livros do ano da Tribuna de Santos. Tem textos veiculados em publicações literárias, como o Pernambuco e o Rascunho, e sites como Interpoética e O Recife Assombrado. Participa do segundo volume de Ficcionais, da Cepe Editora, onde “escritores revelam o ato de forjar seus mundos”.
JUSSARA SALAZAR – É poeta e artista visual. Publicou Inscritos da casa de Alice (1999), Baobá, poemas de Leticia Volpi, (2002), Natália (2004), Coraurissonoros (Buenos Aires, 2008), Carpideiras (2011) com a Bolsa Funarte, ficando entre os 20 finalistas do Prêmio Portugal Telecom na edição de 2012, e O gato de porcelana, o peixe de cera e as coníferas (2014) e Fia (2016). Tem sua obra publicada em diversas revistas e traduzida para o inglês, o espanhol e o alemão. É doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC/São Paulo e Mestre em Estudos Literários pela Universidade Federal do Paraná.
WANDER SHIRUKAYA – Nascido em 1980, é escritor, mestre em Literatura e Cultura pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), onde estudou o fantástico na obra de Lygia Fagundes Telles. É também desenhista e músico. Publicou Balelas (2011, E. Mutuus – RJ) e participou das antologias Contos de sábado (2012, Manufatura – PB) e Goiana Revisitada (2012, Silêncio Interrompido Edições – PE). Ascensão e queda (2014) é seu primeiro romance e foi o grande vencedor do II Prêmio Pernambuco de Literatura.
WALTHER MOREIRA SANTOS – Nasceu em Vitória de Santo Antão, em 1969. É um escritor e ilustrador brasileiro. Ganhou diversos prêmios, entre eles os da Casa de Cultura Mário Quintana, Xerox do Brasil, Itaú Cultural, Fundação Cultural da Bahia, Prêmio Cidade do Recife, Prêmio José Mindlin de Literatura e Prêmio Pernambuco de Literatura (2013 e 2016), todos vencidos com obras inscritas sob pseudônimo. Recebeu ainda os prêmios Litteris Editora (São Paulo), no Concurso Contos e Crônicas, em 1992; primeiro lugar no V Prêmio Paulo Leminski (Paraná), em 1994, e no Prêmio Nacional de Romance da Fundação Cultural da Bahia, em 2000, entre outros. Em 2000 começou a escrever para crianças o seu livro Para que serve um amigo? foi premiado pela União Brasileira de Escritores e adotado pelo Governo do Estado de São Paulo para distribuição em escolas. A partir daí, já escreveu e ilustrou mais de uma dúzia de livros para crianças.
LUÍS SERGUILHA – Nasceu em Vila Nova de Famalicão, Portugal. Distinguiu-se em várias áreas, tendo atuado como coordenador de uma academia de motricidade-humana, colaborador em pesquisa arqueológica da época castreja, dinamizador de bibliotecas de jardim. Poeta, crítico e ensaísta, suas obras são: O périplo do cacho (1998), O outro (1999), Lorosa e Boca de sândalo (2001), O externo tatuado da visão (2002), O murmúrio livre do pássaro (2003), Embarcações (2004), A singradura do capinador (2005), Hangares do vendaval (2007), As processionárias (2008), Roberto Piva e Francisco dos Santos: na sacralidade do deserto, na autofagia idiomática-pictórica, no êxtase místico e na violenta condição humana (2008), KORSO (2010), KOA’E (2011), Khamsin-Morteratsch ( 2011), estes cinco últimos em edições brasileiras. Seu livro de prosa, Entre nós, é de 2000, ano em que recebeu o Prêmio de Literatura Poeta Júlio Brandão. Possui textos publicados em diversas revistas de literatura no Brasil, na Espanha e em Portugal. Alguns dos seus textos foram traduzidos para o espanhol, inglês, francês, italiano, alemão e catalão. Participou em vários encontros internacionais de arte e literatura. É responsável por uma coleção de poesia contemporânea brasileira na Editora Cosmorama e Curador do Encontro Internacional de Literatura e Arte: Portuguesia.
Foto: Fernando Figueirôa/Divulgação