A intolerância contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais no Brasil já fez 250 vítimas fatais em 2018, o equivalente a uma morte por dia. Pernambuco figura como o oitavo estado mais violento para essa população, com 10 homicídios registrados de janeiro até esta segunda-feira (17). Os dados são do Grupo Gay da Bahia, que contabilizou outras 445 mortes de pessoas LGBT no Brasil em 2017.
O Brasil é líder mundial de violência contra transgêneros. Entre janeiro de 2008 e dezembro de 2014 foram registrados 1731 homicídios, segundo publicação da Agência Senado. A expectativa de vida das travestis e mulheres trans é de somente 35 anos, enquanto que a média nacional é de 75,5 anos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No último domingo (16), foi realizada no Recife a 17° Parada da Diversidade, cujo tema foi “Qual a sua plataforma? Defenda a democracia e os direitos LGBTs” a fim de refletir sobre a baixa representatividade política de legisladores comprometidos em defender o respeito à diversidade sexual e de gênero.
Segundo fundadores da plataforma #MeRepresenta – ferramenta que faz ligação entre eleitores (as) e candidaturas que compartilham das mesmas opiniões sobre direitos humanitários – o que vai influenciar diretamente o enfrentamento à esse tipo de violência é a aprovação de leis que criminalizem o preconceito, além de iniciativas do poder público em relação à educação, saúde e economia.
Uma das articuladoras da plataforma e cientista social, Ana Carolina Lourenço afirma que esse pensamento se aplica também às mulheres, pessoas negras, indígenas e demais minorias políticas que, juntos, compõem 80% da população, mas têm pouca ou nenhuma representação política.
Folha PE