Pernambuco registrou os primeiros dois casos da gripe H1N1 em 2018. Desde o ano passado não havia relato dessa infecção no Estado. Apenas um dos pacientes evoluiu para o quadro conhecido como Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e precisou de internação. Trata-se de uma mulher de 56 anos, residente em Petrolina, no Sertão, que teve os primeiros sintomas da infecção viral em 11 de fevereiro. O outro paciente não necessitou de internamento. Além da identificação da circulação do H1N1, também já foram confirmados este ano os vírus das influenzas B e H3N2. Não foram notificadas mortes até o momento. O resultado do boletim estadual de gripes com a circulação dos três patógenos foi divulgado a 20 dias do início da campanha nacional de vacinação, que será iniciada no próximo dia 23.
“Isso (confirmação do H1N1) não representa uma situação de alerta máximo. Estamos atentos e monitorando as unidades. Os dados não significam preocupação aumentada, mas o tom também não deve ser de tranquilidade”, disse a gerente de Prevenção de Doenças Imunopreveníveis da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Ana Antunes. Ainda segundo a gestora, a ausência de notificações de casos de H1N1 em 2017 não significa a inexistência da circulação viral e o retorno na doença este ano. “Não podemos afirmar que não circulou, só que no que a gente pesquisou não encontrou. É provável que tenha circulado, só que deve ter acontecido em menor proporção e não conseguimos captar”, justificou.
Em 2017, houve maior prevalência do H3N2, gripe que também pode levar a agravamento dos casos. A gestora ainda destacou que as influenzas podem ocorrer em qualquer época do ano, mas há períodos de maior incidência, como os de frio e chuva. “Este ano encontramos os três vírus nos casos de síndrome gripal, mas não podemos afirmar nada ainda (sobre qual terá maior prevalência)”, explicou.
O cenário, até a 11ª semana do ano, mostra que, entre os 174 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) notificados, apenas um teve a conclusão laboratorial para o H1N1. Em comparação ao mesmo período de 2017 – quando os quadros de SRAG acumulavam 264 notificações -, houve uma diminuição de 34% entre os dois anos. Naquela época foram confirmadas 31 complicações por influenza A (H3N2), cinco por influenza B e dois poir VSR. Em comparação com os mesmos períodos, em 2017 foram registrados 5.187 atendimentos de pessoas com síndrome gripal nas quatro unidades sentinelas para influenzas no Estado, contra 4.062 este ano, ou seja, redução de 21,6%. Entre esses pacientes leves já foram identificados, em 2018, além do caso de H1N1, mais um caso de influenza B, e um de H3N2.
Sobre a vacinação, a SES informa que está nos preparativos da campanha da influenza, que inicia em 23 de abril e segue até 1º de junho. A pasta não confirmou se as doses, que são enviadas pelo Ministério da Saúde (MS), já chegaram. O MS adiou o início da vacinação que estava previsto para 16 de abril, mesmo diante da recorrência de casos em vários estados brasileiros. A meta é imunizar 2.399.361 pernambucanos do grupo considerado prioritário.
No público alvo da campanha do SUS estão idosos, crianças de 6 meses a menores de 5 anos, gestantes, puérperas (até 45 dias após o parto), indígenas, doentes crônicos, adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas, população privada de liberdade e funcionários do sistema prisional, professores e profissionais de saúde.
Folha de Pernambuco