Uma norma aprovada em primeira discussão na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), nesta quinta-feira (16), determina o abate humanitário de animais nas indústrias pecuárias do Estado. A intenção é diminuir o sofrimento dos bichos por meio de técnicas que, de certa forma, vedem a tortura no momento de sangria.
Entre os métodos que a regulamentação prevê é o uso de pistolas pneumáticas, usados para que os bois percam os sentidos. Além da técnica da insensibilização, a adoção de um corredor em forma de “S” a fim de evitar que o animal assista a morte do outro no percurso para o matadouro.
A norma ainda obriga os estabelecimentos a usarem pisos antiderrapantes e rampas pouco inclinadas nos locais de abate de suínos e bovinos e separar aqueles que podem se ferir mutuamente.
Para o autor do projeto, o deputado Odacy Amorim (PT), a regra garante respeito e dignidade aos animais, apesar de, na opinião dele, ainda não ser o ideal. Ele defende que o melhor seria as pessoas adotarem o regime vegetariano, uma vez que, quando um boi vê o outro sendo abatido, libera uma carga de toxinas muito grande.
A ideia de criar a proposta, justifica o parlamentar, é porque o Brasil ocupa, atualmente, a quinta posição entre os dez países que mais consomem carne no mundo, segundo pesquisa da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) realizada em 2016.
Além disso, um relatório da produção pecuária divulgado em março deste ano pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que, no quarto trimestre de 2016 – período em que há maior procura pela carne bovina para as festas de fim de ano – foram abatidos 7,41 milhões de cabeças de boi no País.
Folha de Pernambuco
Foto: Revista Safra