Agentes culturais já podem se cadastrar no Mapa Cultural de Pernambuco

Mais que uma plataforma de software livre voltada para promover a cultura pernambucana, o Mapa Cultural de Pernambuco, lançado nesta quarta-feira (25), no Museu do Estado de Pernambuco (Mepe), é a construção de um caminho para suprir uma demanda histórica neste setor: a falta de uma base de dados sistematizada e completa,que revele a diversidade, potencialidades e capacidade criativa da região, um dos estados brasileiros de maior riqueza cultural. A solenidade contou com a presença de autoridades do estado, representante do Instituto TIM, além de conselheiros dos três conselhos de cultura do estado (Audiovisual, Preservação e Políticas Culturais), gestores, artistas e produtores, que puderam conhecer de perto esta nova ferramenta, já disponível no endereço www.mapacultural.pe.gov.br.

O Mapa Cultural de Pernambuco, uma parceria entre o Governo de Pernambuco (Secult-PE e Fundarpe) e o Instituto TIM, reúne informações sobre agentes, espaços, eventos e projetos culturais e já está disponível para contribuição de agentes culturais públicos e da iniciativa privada. Em breve, inscrições em editais e convocatórias estaduais também poderão ser feitas diretamente por ele.

“Finalmente conseguimos vencer a primeira etapa de um desafio que vem sendo enfrentado no âmbito da política cultural há anos, que é o de ter um banco de dados com informações completas sobre a cultura pernambucana. Um mapa como este é uma etapa importante para o Sistema Nacional de Cultura porque atende a vários interesses. Primeiro ao usuário comum, que terá acesso a eventos, artistas e produções culturais. Quantas vezes a gente desconhece sobre o que está acontecendo na nossa própria cidade?”, destacou Silvana Meirelles, Secretária Executiva Estadual de Cultura.

A plataforma pode ser alimentada tanto pela população em geral, que se cadastra como agente de cultura (individual ou coletivo) e pode divulgar suas próprias programações, como pelo Governo do Estado e Municípios, que inserem informações sobre os equipamentos culturais, programações oficiais, editais de fomento, entre outras ações. Em Pernambuco, a segurança do sistema e a salvaguarda das informações estão sob a responsabilidade da Agência de Tecnologia da Informação do Estado (ATI-PE).

“O Mapa Cultural de Pernambuco irá contribuir também na articulação entre vários outros campos, mas queria destacar três: O turismo, pois cada um dos 184 municípios conta com eventos importantes e que podem movimentar a economia da região, o campo acadêmico, que finalmente terá à disposição dados sistematizados e completos, e por fim para a gestão pública, que precisa elaborar políticas públicas consistentes e que respondam às demandas das cidades. Neste sentido, este sistema é fundamental para a realização desse diagnóstico”, avaliou Silvana.

Segundo ela, não há risco da descontinuidade do processo, como já aconteceu em outras situações, e as informações se perderem. “Foi também criada uma rede de gestores, que permite a troca de informações entre estados e municípios que já estão dentro do mapa. Isso significa que ele pode ser sempre aprimorado e ao longo do tempo, com seu uso, vamos descobrir novas possibilidades”.

Para Marcelino Granja, Secretário de Cultura de Pernambuco, a cultura pernambucana está diante de um instrumento muito poderoso e que pode dar uma grande contribuição à política pública de cultura do estado e dos municípios. “Mas o sucesso dessa plataforma depende muito da atitude do fazedor de cultura, seja da gestão pública ou da sociedade civil, de informar tudo o que se passa no âmbito cultural, em termos de realizações. A gente agradece demais ao Instituto TIM por essa parceria e a toda equipe da Secult-PE e Fundarpe por esse esforço que só está começando”, ressaltou Marcelino Granja, secretário de Cultura de Pernambuco.

De acordo com o jornalista Tiago Montenegro, coordenador do Mapa Cultural de Pernambuco, as informações disponibilizadas estarão acessíveis ainda em um aplicativo de serviços a ser lançado pelo Governo do Estado. “É com muita alegria que a gente já inaugura com mais de 20 eventos cadastrados, mais de 200 agentes culturais e 137 espaços, incluindo os da Secretaria de Cultura de Pernambuco e Fundarpe. O Mapa permite ainda a busca de um evento por linguagens específicas ou pelo selo ‘CulturaPE’, que aponta os eventos culturais cadastrados nos equipamentos públicos do estado”, explicou Tiago.

“Agora é partir para o trabalho conjunto. O mapa se estrutura nacionalmente em rede, agregando novas ferramentas que podem colaborar na promoção dos artistas e das ações culturais, e é fundamental esse engajamento dos agentes dos municípios e da sociedade”, concluiu ele.

O software colaborativo Mapas Culturais foi desenvolvido pelo Instituto TIM em 2013, a partir de uma conversa em São Paulo com produtores culturais, agentes da cultura digital e gestores governamentais para entender como a tecnologia poderia ajudar na expansão da cultura. “A ideia era fazer a coisa acontecer de forma diferente. A tecnologia hoje é utilizada pra várias coisas, mas no âmbito cultural precisava ter uma movimentação maior. Diante desse brainstorm, nos empenhamos em criar uma plataforma aberta pra poder tornar isso possível e uma realidade para todo mundo. Foi assim que surgiu o Mapas Culturais”, destacou Daniel Moreira, representante do Instituto TIM presente no evento.

“Mas ele depende muito da utilização do público e agentes culturais. Por ser digital, anda com uma velocidade muito rápida e dinâmica, e essa é a parte que a tecnologia consegue contribuir para a cultura. Estamos muito felizes com Pernambuco entrando neste projeto e com certeza esta será uma parceria de muito sucesso”, concluiu Daniel.

MAPEAMENTO DOS BENS CULTURAIS

Nesta semana, durante uma reunião sobre a comemoração dos 35 anos do título do Patrimônio Cultural de Olinda, a presidente da Fundarpe Márcia Souto contou que leu alguns discursoS de Aloísio Magalhães, personagem fundamental na conquista do título. “E uma das coisas que encontrei na pesquisa foi um discurso de Aloísio em 1982, durante a instalação de um conselho em Goiana. Ele falava na ocasião da dificuldade que nós temos em identificar nossos bens culturais, uma das coisas mais importantes na construção da identidade de um povo. Estamos agora em 2017 e, 35 anos depois, a gente vê como ainda estamos distante dessa realidade”.

Na opinião de Márcia Souto, o Mapa Cultural de Pernambuco é a construção de um caminho que só será possível se for realmente colaborativo, com a participação da sociedade civil. “Hoje não existe mais desenvolvimento de políticas públicas apenas pelo poder público. Para elas serem efetivas precisam ser colaborativas e caminharem de mãos dadas com a sociedade civil, entendendo as responsabilidades que cabem a cada um nessa jornada. Não tenho dúvida que com o patrimônio cultural que nós temos, com a diversidade, potencial e capacidade criativa do nosso povo, o Mapa Cultural de Pernambuco vai ser um dos mais acessados do país”.

 

Informações da assessoria

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *