Em pronunciamento no Grande Expediente desta terça (13), o deputado Joaquim Lira (PSD) declarou repúdio à paródia feita pelo funkeiro MC Yuri à música Asa Branca, composta em 1947 por Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira. O artista, natural de São José do Rio Preto (SP), fez uma versão pornográfica da canção original que, em ritmo de baião, apresenta a experiência de um sertanejo enfrentando o ciclo da seca.
Para o parlamentar, o objetivo do funkeiro foi alcançar reconhecimento e fama instantâneos. “A música Asa Branca, lançada há sete décadas, traduz o sentimento do homem sertanejo. Não será agora, com essa paródia, que a obra-prima do cancioneiro nordestino será desfigurada pelo oportunismo”, criticou.
Lira ressaltou, no entanto, que rejeita apenas a versão da paródia e o autor, mas não o estilo musical do funk. “Não se trata de uma condenação aos MCs e, muito menos, a essa forma musical, utilizada muitas vezes para protestar sobre um tema”, explicou.
Em apartes, os deputados Romário Dias (PSD), Tony Gel (PMDB), Rodrigo Novaes (PSD) e Zé Maurício (PP) reforçaram o posicionamento. “É muito triste ouvir um sujeito fazer deboche desse hino”, lamentou Dias, sugerindo que a Casa mova um processo contra o MC, bem como contra uma vereadora do município de Farroupilha (RS) que teria feito afirmações racistas contra o povo nordestino.
“Quem deturpa uma música como Asa Branca comete um crime de lesa-pátria contra o Nordeste”, afirmou Tony Gel, que voltou a defender a valorização de artistas regionais nas festas de São João. “A gente precisa exaltar nossa cultura e nossos artistas. O Governo do Estado prioriza a produção local, mas é preciso que os municípios e, sobretudo, a população, também valorizem o que é nosso”, acrescentou Novaes. “Esse MC precisa aprender que músico tem que ter responsabilidade”, concluiu Zé Maurício.
Informações da Alepe
Foto: Jarbas Araújo/Alepe
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