Pernambuco em alerta para casos de gripe

Os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) tiveram um aumento de 29% em Pernambuco. O percentual refere-se ao período de 1º de janeiro até 27 de março deste ano na comparação com o mesmo período de 2016. Já são 280 casos de SRAG contra 217 no ano passado.

Os quadros têm crescido em decorrência da influenza H3N2, que já teve 29 confirmações de doentes no Estado contra nenhuma em 2016. Não há confirmação de morte por enquanto. Diante da situação, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) emitiu uma recomendação aos serviços de saúde e anunciou o início da campanha vacinal contra gripes para o próximo dia 17.

A Folha de Pernambuco havia antecipado no fim do mês passado que o período de influenzas havia se antecipado e que o vírus H3N2 era o vilão da vez. “Nos dois últimos anos, verificamos, no Brasil, que a sazonalidade dos vírus respiratórios iniciou antes do período esperado – em fevereiro, quando normalmente é a partir de março. Acreditamos que a notificação tem chegado em tempo oportuno, o que possibilita que todas as medidas necessárias sejam tomadas”, avaliou a gerente de Vigilância e Controle das Doenças Imunopreveníveis da Secretaria Estadual de Saúde, Ana Antunes.

Ainda segundo ela, a notificação de SRAG é obrigatória e imediata. No alerta foi destacada a necessidade para que as cidades mantenham em dia os estoques da droga oseltamivir, fornecida pelo Ministério da Saúde (MS).

Público-alvo
Sobre a imunização, os primeiros indivíduos a serem vacinados são os profissionais de saúde. Na sequência estão programados os idosos, crianças de 6 meses a menores de 5 anos idade, gestantes, puérperas, indígenas, doentes crônicos, adolescentes sob medidas socioeducativas, população carcerária e funcionários do sistema prisional.

Também estão incluídos para a vacinação, este ano, os professores das escolas públicas e privadas. No total, 2,3 milhões de pessoas devem ser imunizadas.

No retrato dos adoecimentos por SRAG, as crianças têm se mostrado mais vulneráveis este ano. O público menor de 2 anos de idade soma 162 casos; as de 2 até 4 anos contam 44 casos; e entre 5 a 9 anos há 15 registros. Esses números são quase 80% dos registros.

No mapa da síndrome há concentração dos casos graves na 1ª Gerência de Saúde (217 casos), que engloba toda a Região Metropolitana do Recife. Somente na Capital são 91 registros, ou seja, 32,5%.

Além dos casos graves, também houve um aumento na demanda de pacientes com síndrome gripal. “Estava com muita febre há dois dias, tosse seca, dor no corpo e na cabeça. Já fiz exame de sangue e raio-x para verem o que é”, contou a auxiliar administrativa Ana Paula Barbosa, 24 anos, no atendimento da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Imbiribeira.

O grande volume de casos em crianças causou tumulto, esta semana, no Hospital Helena Moura, no Recife. A unidade ficou superlotada e parentes de pacientes entraram em atrito com os médicos para serem atendidos.

Folha de Pernambuco

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