O frei Jociel Gomes, que trabalha em um convento de Caruaru (PE), é um dos responsáveis pelo processo de canonização de Dom Hélder. No momento, o Brasil possui seis santos oficializados pelo Vaticano, mas, ao menos 80 nomes aguardam análise do clero da Igreja Católica Apostólica Romana. O pedido foi enviado ao Vaticano em 2015 e leva em conta fatores da vida pessoal, objetivos e o trabalho realizado em prol do cristianismo.
Nascido em Fortaleza, em 1909, dom Hélder tornou-se sacerdote aos 22 anos. É um dos fundadores da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). “Dom Hélder atuou na proteção dos mais fracos durante o regime militar e foi muito difícil. Ele era opositor de todo aquele sofrimento, das torturas e das violações contra a liberdade de expressão. Ele sempre pensava nas necessidades que as pessoas mais pobres passavam. A lição que ele nos deixa é que devemos realizar o enfrentamento por meio do Evangelho. Os cristãos devem se preocupar com a sociedade, não apenas com os próprios problemas. Toda essa vida voltada aos necessidados nos fez pedir sua santificação”, destaca frei Jociel.
O processo de canonização envolve duas etapas. A primeira, chamada de fase diocesana, analisa uma série de documentos e apanhados históricos sobre a pessoa a ser santificada. A comprovação de uma vida digna da honraria ocorre por meio de relatos de testemunhas, diários, correspondências enviadas e demais publicações. Depois da fase diocesana, os documentos são enviados para o Vaticano. Na sede da Igreja Católica, é nomeado um relator. Antes de ser reconhecido como santo, o sacerdote é nomeado beato, quando ao menos um milagre é comprovado. Para a canonização, são necessários ao menos dois milagres comprovados. Dom Hélder Câmara está com o processo de beatificação em andamento e aceito pelo Vaticano.