No mesmo dia em que a prefeitura do Recife anunciou que pretende cortar R$ 90 milhões em despesas em 2017, o governo estadual divulgou um balanço do Plano de Monitoramento de Gastos (PMG), iniciado este ano para dar continuidade ao Plano de Contigenciamento de Gastos (PCG) que foi lançado em 2015. De janeiro a outubro, a gestão Paulo Câmara (PSB) economizou cerca de R$ 82 milhões em itens como material de consumo, telefonia fixa e móvel, locação de imóveis e veículos e passagens aéreas.
Em 2015, o governo estadual informou que conseguiu economizar cerca de R$ 1 milhão com o custeio da máquina. Em janeiro deste ano, o governador lançou o PMG para manter o controle dos gastos iniciado no ano anterior. Na ocasião, Paulo Câmara não estipulou qual seria a meta que deveria ser alcançada pelo Plano de Monitoramento de Gastos.
No entanto, no dia 2 de maio, dois dias após reunir seu secretariado para debater a situação financeira do Estado, o governador anunciou que as secretarias passariam por alguns cortes de programas e que haveria a necessidade de chegar ao final de 2016 eliminando cerca de R$ 600 milhões nas despesas. Os números do PMG – R$ 82 milhões – ficam bem distante desse patamar.
No governo, o discurso é otimista sobre o que foi obtido na redução das despesas até o momento. “O governador Paulo Câmara acompanha atentamente esse trabalho de monitoramento, que tem sido importante para o equilíbrio financeiro do Estado, sobretudo diante do atual cenário econômico. O governo tem se empenhado ao máximo para evitar o aumento das despesas, melhorando a qualidade do gasto, e, assim, conseguir fechar as contas”, ressaltou o secretário da Controladoria-geral do Estado (CGE), Ruy Bezerra.
O titular da CGE, que começou na gestão Paulo Câmara como chefe do gabinete do governador, posto hoje ocupado por João Campos, filho do ex-governador Eduardo Campos, ressalta que as medidas foram essenciais no atual cenário econômico. “Essa economia permitiu preservar as despesas nas áreas de saúde, educação e segurança”, reforçou.
Tanto o PCG quanto o PMG são coordenados pela (CGE) com o apoio de um comitê gestor formado por representantes da Assessoria Especial do Governador, Secretaria de Administração, Secretaria da Fazenda, Secretaria de Planejamento e Gestão e Procuradoria Geral do Estado.
DINHEIRO EM CAIXA
Para encher o caixa estadual, o governo anunciou, nessa quarta-feira, a antecipação do pagamento do IPVA de março para janeiro. A medida, que pega os donos de veículos de surpresa, foi criticada pela oposição. “O governo repassa, mais uma vez, a conta de seus desequilíbrio financeiro para a população. De surpresa e sem diálogo, decidiu antecipar de março para janeiro a cobrança do IPVA”, disse o deputado estadual e líder da bancada oposicionista Silvio Costa Filho (PRB).
Tom semelhante foi usado pela deputada estadual Priscila Krause (DEM). “Ao, repentinamente, romper a tradição de cobrar o IPVA a partir de março, o governo pune o cidadão, que já encara janeiro com imensa dificuldade devido às contas do IPTU, matrícula e material escolar. Ressalto a necessidade do governo promover uma ampla reforma em sua estrutura, cortando secretarias e diminuindo gastos, para evitar novas desagradáveis surpresas à população”, declarou.
A oposição, aliás, deve afiar as garras no ataque à gestão Paulo Câmara a partir de 2017 de olho na eleição para o governo estadual no ano seguinte. O governador, se quiser se reeleger, precisará vencer o embate sobre a realização de obras. Ciente de que as dificuldades financeiras pelas quais o Estado passa é o seu melhor escudo, o socialista irá prestar contas do que foi realizado até agora em seminários do Todos por Pernambuco.
Informações do JC Online