Autoridades ligadas à História Municipal pernambucana se confraternizaram ontem no auditório da Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco – Condepe/Fidem pela passagem dos 40 anos de criação do Centro de Estudos da História Municipal (CEHM). A entidade congrega historiadores e pesquisadores ligados à temática e desenvolve ações no sentido de preservar a memória dos municípios pernambucanos.
A solenidade comemorativa teve em sua programação o lançamento de quatro livros, dentro do programa editorial do centro e, ainda, a realização de uma palestra sobre o tema “CEHM : Para a História Municipal Pernambucana”, proferido pelo professor José Luiz Delgado, um dos sócios-fundadores da entidade.
A abertura do evento foi conduzida pelo presidente da Agência Condepe/Fidem(órgão que coordena o CEHM), Flávio Figueiredo. A mesa foi composta ainda pelos escritores Fernando Guerra e Yoni Sampaio, pelo professor José Luiz Delgado, pelo ex-prefeito de Pesqueira, Evandro Chacon, pelo arquiteto Paulo Roberto Barros e Silva (presidente da Fundação Instituto de Administração Municipal – Fiam na época da criação do CEHM) e, pelo coordenador do centro, Miguel Meira. Presentes ao local estavam diversos associados do CEHM, pesquisadores, historiadores, professores e outras autoridades ligadas à História Municipal pernambucana.
O coordenador Miguel Meira destacou em sua fala a emoção de estar a frente de um organismo único em todo o País, durante os últimos 12 anos de história. Ele cumprimentou a todos e fez um breve histórico das ações mais recentes realizadas pelo CEHM, destacando que “até mesmo a biblioteca nacional tem todos os livros editados até o momento. A avaliação é positiva em relação aos serviços prestados à preservação da memória municipal”. Em seguida, os escritores que tiveram seus livros lançados na ocasião puderam falar sobre seus trabalhos e o público expôs opinião sobre o centro.
Flávio Figueiredo comentou o trabalho realizado pelo Centro de Estudos da História Municipal e lançou um desafio para que se busque engajar novos talentos (escritores e historiadores pernambucanos) a esta tarefa de preservar a memória municipal. Já Luis Otavio Cavalcanti, atual presidente do Instituto Joaquim Nabuco ofereceu um espaço na instituição para receber o acervo do CEHM. “A exemplo do que foi feito no passado entre eu e Paulo Roberto, quando éramos secretário de Planejamento e presidente da Fiam, respectivamente, continuamos conspirando a favor de Pernambuco”.
LIVROS – Na solenidade foram lançados os volumes 8, 9 e 10 da Coleção Documentos Históricos Municipais. O escritor Yony Sampaio organizou o “Inventário de Processos do Cartório de Cabrobó” (volume 8 da coleção). O inventário trata da história de todos os municípios do sertão, mesmo daqueles que não estivessem com povoações em 1772, mas que vieram a se constituir de nucleações em volta de fazendas e caminhos de passagem, desmembrados diretamente de Cabrobó ou de freguesias e vilas criadas a partir do município.
Já o livro “Adros, Pátios e Praças Públicas”, de autoria de Fernando Guerra de Souza, integra a coleção em seu volume 09. Tem o prefácio escrito por José Luiz Delgado, que diz : “no texto elaborado pelo arquiteto Fernando Guerra, posso ler sobre as formas de uso de tais espaços e também de suas histórias”. O autor fala dos adros, dos pátios e praças públicas através da integração das funções e, ainda, como cenário de encontros. Também se dirige aos núcleos urbanos do interior.
O “Livro de Atas das Sessões da Câmara Municipal de Cimbres de 1840 a 1854” (volume 10) foi organizado pelo escritor José Florêncio Neto, com apresentação de Yoni Sampaio. Retrata o período vivenciado em Pesqueira no qual ocorre a passagem da matriz da antiga sede da povoação de Cimbres para o município. Contém posturas municipais, nomeações, arrendamentos de terras e próprios municipais e a discussão de questões pertinentes à gestão
Por fim, o foi lançado o volume 34 da Coleção Tempo Municipal : “Para a História Municipal Pernambucana: Crônicas”, que é de autoria de José Luiz Delgado. Nele o autor evidencia alguns cronistas e historiadores municipais com os quais, em sua maioria, conviveu. Ele relata a trajetória do CEHM e seus aspectos históricos e políticos, desde a fundação até os dias de hoje. Anexa artigos de seu pai, Luiz Maria de Souza Delgado, que deu inicio ao centro e, outros depoimentos e memórias relevantes para o municipalismo pernambucano.
As atividades foram formalmente iniciadas em 1976, com o objetivo de promover o resgate da memória municipal, estimulando historiadores a preservarem a memória dos municípios e a registrarem fatos e informações acerca da história dos municípios pernambucanos. Os associados se reúnem quinzenalmente, às 17 horas, às quinta-feiras. O programa editorial já tem 118 livros editados, em parceria com a Companhia Editora de Pernambuco – Cepe e mais outras três edições estão previstas para serem lançadas até o final deste ano.