A vacina contra o zika vírus deve ser testada em humanos em até dois meses, no País. É o que pretende o Instituto Butantan. O imunizante, produzido por meio de uma parceria com especialistas norte-americanos, utiliza fragmento de DNA que codifica uma proteína do vírus e ativa o sistema imunológico. Os primeiros testes foram anunciados pelo diretor do instituto, Jorge Kalil. “É uma tecnologia absolutamente revolucionária, mas a gente sabe que não tem nada de infeccioso e que não causa problemas para a grávida. Porque nós temos que proteger a mulher grávida”, disse durante evento.
Segundo ele, o risco de o vírus provocar a microcefalia em bebês de mulheres infectadas pelo Aedes aegypti está entre as principais preocupações. Ainda nesta semana, acrescenta, a aprovação para o início dos testes deverá ser discutida em reunião com representantes da Anvisa e do Butantan. “A Anvisa e o Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) estão muito sensibilizadas para a questão, então acho que vai ser uma questão de um ou dois meses para a aprovação.” Além da vacina, que tem caráter preventivo, um soro e anticorpos monoclonais para combaterem a doença em pessoas já infectadas também estão em desenvolvimento.
Também está em andamento no Butantan um estudo para a elaboração de um imunizante com base no vírus inativo. A iniciativa foi financiada pela Autoridade de Desenvolvimento e Pesquisa Biomédica Avançada do Departamento de Saúde e Serviços Humanos do governo norte-americano (HHS). Para isso, o instituto recebeu um repasse da ordem do US$ 3 milhões. Os trabalhos de cultura, purificação e inativação do zika em laboratório já foram iniciados.
Estados Unidos
Os testes em humanos já não são novidade nos Estados Unidos. No país norte-americano, pelo menos duas vacinas estão em desenvilvimento. O imunizante criado pelos laboratórios farmacêuticos Inovio, dos Estados Unidos, e do GeneOne Life Sciences, da Coreia do Sul, já teve os testes autorizados.
Da Folha de Pernambuco, com agências