Pernambuco tem duas mortes por meningite este ano

Com apenas uma morte em 2015, a meningite meningocócica já fez duas vítimas até o dia 23 de abril deste ano em Pernambuco. Há ainda outro óbito em investigação que deve ser confirmado nos próximos dias, apontando um aumento de mortes pela doença. O caso mais recente foi o de uma criança de 6 anos, que morava no bairro da Várzea no Recife. Janaina faleceu na madrugada do sábado (30) no Hospital Correia Picanço. A criança teve um primeiro diagnóstico de chikungunya, mas depois de exame no líquido cefalorraquidiano (LCR) verificou-se a meningite.

“Foi tudo muito rápido. Não entendemos porque ela era vacinada e já tinha tomado até p reforço”, lamentou a irmã da criança, a jovem Amanda Araújo, 22 anos. A garota contou que todos na casa delas tiveram chikungunya e que acreditavam que Janaina também tinha sido acometida pelo vírus. “Na quarta-feira à noite ela reclamou de dor no corpo todo e teve febre. Levamos minha irmã para a UPA e lá ela foi medicada e tomou soro. Quando recebeu alta pediu para comer, mas quando fazia o lanche vomitou e desmaiou. Voltou para a UPA, depois foi para o Barão de Lucena e acabou indo para o Correia Picanço”, narrou.

Com o diagnostico da menina, órgãos de vigilância iniciaram um tratamento preventivo com pessoas que tiveram contato com ela. A Secretaria de Saúde do Recife informou que 21 pessoas que tiveram contato direto com a criança receberam a quimioprofilaxia – que é a administração de antibiótico – conforme protocolo do Ministério da Saúde. A equipe da vigilância também realizou palestra para os pais, na Escola Municipal João Pessoa Guerra, onde a menina estudava, prestando esclarecimentos sobre as medidas de prevenção e controle da doença, bem como as medidas realizadas.

Quando se verifica as notificações da doença, até há discreto aumento. No ano passado foram 20 notificações, contra 22 este ano. Já as confirmações foram de 10 em 2015 e três agora. A gerente de Vigilância Epidemiológica das Doenças Imunopreveníveis da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Ana Antunes, destacou que os casos registrados até o momento no Estado ainda não indicam que haja uma ascensão da meningite.

Segundo ela, para a variação ter maior confiabilidade é preciso mais dados que os atuais. Apesar disso já há uma sensibilização para monitorar os casos e ficar atento a mudanças no padrão de ocorrência. “A gente não tem dado que signifique que doença meningocócica é uma preocupação no momento. Temos dois óbitos, mas são em locais distintos, e não tem relação entre si. Pelo número que se apresenta não tem como dizer que teve um aumento de casos ou de óbitos”, ponderou.

Ana Antunes reafirmou que a meningite meningocócica tem vacina, principal forma de prevenção. Ela explicou que a enfermidade não é uma doença única, mas se apresenta como uma síndrome. “Qualquer germe, bactéria, vírus, protozoários, às vezes, até uma substância química que cause uma inflamação na meninge – que é a membrana que envolve o cérebro- pode causar meningite. Cada agente etiológico é como se fosse uma doença. A gente tem diversos vírus e bactérias que são os principais. Dentre as bactérias do ponto de vista da saúde publica a gente destaca a meningite meningocócica, porque além de dar meningite grave há a chance de uma pessoa transmitir para a outra”, exemplificou.

Pneumocócica

Este outro tipo de meningite, a pneumocócica, está com uma morte em investigação em Pernambuco em 2016. O caso foi em abril de um menino de 11 anos, que morava no Recife. Em 2015, foram registrados 23 casos da meningite pneumocócica, com dois óbitos.

da Folha de Pernambuco. 

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