Quatrocentos mil passageiros devem ser afetados pela greve dos metroviários, que começa nesta segunda-feira (16). A promessa é de que o sistema só funcione em horários de pico, ou seja, das 5h às 9h e das 16h às 20h. Nos outros horários, os portões das 39 estações espalhadas pela Região Metropolitana serão fechados. Quem depende do transporte público poderá recorrer a linhas de ônibus criadas excepcionalmente para atender terminais estratégicos. À tarde, os funcionários do metrô planejam fazer uma assembleia para discutir a paralisação, que é por tempo indeterminado.
Os servidores não aceitaram a proposta de 5,5% de reajuste salarial feita pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). Querem a reposição da inflação (10,25%). “Fizemos rodadas de negociação e, mesmo após a categoria decretar a greve, na terça-feira passada, não houve nenhum avanço com a empresa”, argumenta o presidente do Sindicato dos Metroviários de Pernambuco (Sindmetro-PE), Diogo Morais.
A categoria também reivindica a manutenção do vale-cultura e do fornecimento de toalhas especiais para os trabalhadores da manutenção, que lidam com produtos químicos. Segundo o Sindmetro, a CBTU propôs cortar esses benefícios por conta de dificuldades financeiras. A assessoria de imprensa da superintendência regional da empresa no Recife confirmou que será garantido o funcionamento do sistema nos horários de pico e informou que as negociações com a classe trabalhadora seguem ocorrendo.
Esquema especial
Segundo o Grande Recife Consórcio de Transporte, nos horários em que o metrô não funcionar, será colocado em prática o mesmo esquema especial de outras paralisações do modal. Serão criadas as seguintes linhas especiais, todas fazendo a ligação entre os terminais integrados: TI Joana Bezerra/TI Afogados; TI Afogados/TI Barro; TI Barro/TI Jaboatão e TI Cajueiro Seco/TI Aeroporto. Além disso, a linha 200-Jaboatão (Parador) será reforçada. Usuários que tiverem dúvidas podem entrar em contato com a central de atendimento do órgão por meio do telefone 0800.081.0158.
Outras paralisações
Em menos de 15 dias, o metrô já tinha sido cenário de outras duas paralisações trabalhistas. No último dia 8, um domingo, quando Sport e Santa Cruz disputaram a final do Campeonato Pernambucano, os servidores cruzaram os braços em protesto contra a insegurança no sistema. O temor era de que cenas de vandalismo protagonizadas por torcedores, como as de três dias antes, após outra partida de futebol, se repetissem. Os trens não atenderam à população durante todo o dia. Já na terça-feira passada, a paralisação foi parcial. As estações só receberam o público nos horários de pico, como ocorrerá a partir de hoje. O ato ocorreu em apoio ao Dia Nacional de Luta Pela Democracia e Contra o Golpe.
da Folha PE.