Estado registrou 11.383 vagas a menos em março, uma queda de 0,88% em relação a fevereiro
O que os brasileiros vêm passando há meses, agora, está expresso em números. O Cadastro-Geral de Empregados e Desempregados (Caged) apontou uma redução, no mês passado, de mais de 118 mil empregos com carteira assinada no País. Foi o pior resultado, para este mês, desde o início da série histórica do governo, em 1995.
A variação entre abril e março foi de -0,30% e o saldo negativo foi em relação ao número de admitidos (1.374.485) e desligados (1.493.261).
E, como se não bastasse, Pernambuco está entre os três estados com pior queda: são 11.383 empregos a menos (-0,88%). E o Nordeste é a segunda pior região (menos 46.269 postos de emprego, correspondendo a uma variação de -0,71%), atrás somente do Sudeste (-58 mil ou -0,28%).
Para o secretário de Políticas Públicas de Emprego do Ministério do Trabalho e Previdência, Márcio Alves Borges, o que aconteceu com Pernambuco foi por questões sazonais no setor sucroalcooleiro e outros fatores conjunturais. Entre os segmentos que registraram queda estão indústria de transformação, com menos 4.634 postos de emprego; agropecuária, com -2.590; comércio, com -2.126 e construção civil, com -208. Somente o setor de serviço industrial de utilidade pública que obteve um saldo positivo de 21 empregos.
No Brasil, o setor de administração pública se salvou e teve desempenho positivo de 4.335 postos de emprego e variação de 0,48%. No entanto, a área de mecânica teve perda de 6.501 (-1,15%); metalúrgica perdeu 5.960 (-0,91%); indústria química, 2.545 (-0,28%) e serviços, 18.654 (-0,11%).
Já alguns segmentos que também apresentaram queda, mas foi observada desaceleração em relação aos outros meses foi o do comércio, que perdeu 41.978 vagas (-0,46%), sendo 41.516 (0,55%) perdidas no varejo; indústria de transformação (-24.856 postos, equivalente a -0,33%) e a construção civil (-24.184 ou -0,92%).
Os únicos estados que não tiveram diminuição foram os do Rio Grande do Sul, com a criação de 4.803 postos (cresceu 0,18%); Goiás, com saldo positivo de 3.331 postos (0,28%); Roraima, gerando 200 vagas (0,43%); e Mato Grosso do Sul, com 187 postos (0,04%).
“O cenário de incerteza faz dessa realidade uma tendência entre os empregadores e desfavorece os trabalhadores”, justifica o secretário Alves Borges. Essa explicação se aplica ainda quando é visto o mesmo mês analisado, só que em 2014, que teve número positivo de 19.282, e despenca para -118.776, este ano, o número de empregos formais. Para ele, ainda que a situação esteja difícil, o número de estoque de empregos cresceu muito, se forem comparados os anos de 2002, quando a quantidade de empregos chegava próximo de 22 milhões, e 2016, que conta com mais de 39 milhões de postos de trabalho.
Segundo ele, esse crescimento aconteceu graças ao aumento da formalização. No entanto, o desemprego continua sendo uma das maiores preocupações do brasileiro.
Folha de Pernambuco