Se a lotação das unidades de saúde já é crítica, rotineiramente, nos últimos dias a situação está ainda mais greve, em decorrência do avanço dos casos de chikungunya, zika e dengue. No Hospital João Murilo de Oliveira, em Vitória de Santo Antão, os atendimentos pularam para mais de 3 mil pacientes a mais do que sua capacidade – – 70% deles com sintomas de uma das três arboviroses.
O cenário mostra que as medidas de combate ao mosquito podem ter chegado tarde para evitar novas ocorrências. Em dezembro, o governo pernambucano anunciou que destinaria R$ 25 milhões a esforços para atender as famílias com casos de microcefalia e para ações de combate ao Aedes aegypti. No entanto, o Estado já registra uma epidemia de arboviroses (doenças transmitidas por mosquitos) cujos números superam o do mesmo período no ano passado.
No caso da dengue, cuja notificação é compulsória há mais tempo, o crescimento em relação ao início de 2015 chega a 190%, de acordo com dados divulgados pela Secretaria da Saúde pernambucana.
Entre novembro e janeiro tínhamos uma queda nos atendimentos, mas esse ano já estamos superlotados. O pico das viroses, que era nos meses de março, abril e maio, veio antes”, disse a diretora HJMO, Roberta Câmara.
“Muitas pessoas têm chegado aqui com manchas vermelhas no corpo. Até os nossos funcionários estão adoecendo. Estamos superlotados e a sensação é de que estamos enxugando gelo.”
Segundo Câmara, o hospital recebeu mais de 90 mães com sintomas que podem ser de zika vírus em janeiro – 40 a mais do que no mês anterior. Desde o último mês de outubro, a cidade teve 26 casos suspeitos de microcefalia notificados.” As gestantes são um alerta para nós. E elas chegam muito assustadas com a possibilidade de terem zika.”
Com informações do BBC Brasil