Prejuízo do governo com estradas ruins chega a R$ 46,8 bilhões, diz CNT

O país perdeu R$ 46,8 bilhões no ano passado por conta das condições precárias das rodovias brasileiras, quatro vezes mais do que o destinado pelo orçamento de 2014 ao setor de transportes, de R$ 12 bilhões. Pesquisa da Confederação Nacional dos Transporteds (CNT) apurou que dos 1,7 milhões de rodovias brasileiras apenas 12,4% são pavimentados, 86,5% são de pista simples e 57,3% apresentam algum tipo de deficiência.

De acordo com o diretor executivo da CNT, Bruno Batista, foram avaliados mais de 100 mil quilômetros de rodovias pavimentadas do país em 2014 e a conclusão é de que seriam necessários R$ 294 bilhões em investimentos para adequar toda a malha rodoviária brasileira com a execução de 618 projetos de duplicação, recuperação, pavimentação e construção de novas rodovias. “Esse valor se pagaria em cinco anos, considerando que o prejuízo anual do setor por conta da precariedade das rodovias é de R$ 59 bilhões”, afirmou.

Conforme a CNT, o custo adicional do transporte devido às deficiências das rodovias é de 25,8% em média no país, chegando a 36,7% nas rodovias públicas da região Norte. No ano passadom isso representou um prejuízo de R$ 46,8 bilhões. Só com acidentes, o custo foi de R$ 12,3 bilhões. A perda anual, portanto, totalizou R$ 59,1 bilhões em 2014.

Os pontos críticos identificados pela pesquisa da CNT só aumentaram desde 2011, de 219 para 327 em 2014. “Isso mostra a deficiência no processo de gestão do governo e da manutenção inadequada. A maior parte das estradas foi construída na década de 1970. São projetos antigos, de 40 anos”, alertou Batista.

O executivo disse ainda que há uma diferença entre o valor autorizado pelo governo para investimento no setor e o que realmente é investido. “No ano passado, quase 25% dos recursos não foram investidos. O governo tem dificuldade de tirar os projetos do papel”, assinalou. A pesquisa completa da CNT está disponível em pesquisarodovias.cnt.org.br.

Correio Braziliense

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