O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) realizou, nessa sexta-feira (2), um evento que marcou a entrega de um importante projeto para mulheres da zona rural de Pernambuco, o Fomento Mulher. Significa a aplicação de R$ 3 milhões em crédito, um investimento que está beneficiando mil famílias.
O encontro aconteceu na sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, o Incra, no Recife. Até o fim do ano, a previsão é de que outras cinco mil famílias do Estado também sejam atendidas pelo programa. No Brasil, a previsão é de que sejam destinados mais de R$ 330 milhões em crédito.
Para acessar o crédito, basta que a trabalhadora rural se encaixe nos critérios do decreto nº 8.256/2014 – dentre eles, o de não ter participado do apoio mulher, ser beneficiário do Programa Nacional de Reforma Agrária (PNRA), estar com todos os dados da família atualizados junto ao Incra, estar inscrita no Cadastro Único para programas sociais do governo federal e contar com assistência técnica.
Representantes de várias entidades ligadas ao campo, entre elas o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Pernambuco (Fetape) e a Organização Luta Pelo Campo (OLC), estiveram presentes ao ato. A Secretaria da Mulher e Secretaria de Agricultura do Estado também prestigiaram a renião.
Os primeiros cartões foram entregues pela secretária-executiva do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Maria Fernanda Coelho. “O Fomento Mulher vai ajudar as mulheres a trabalharem numa expectativa de geração de renda”, explicou.
“Esse é um primeiro momento, o primeiro degrau de uma escada. Depois desse fomento, temos todos os outros créditos que as mulheres podem acessar. Significa uma mudança na perspectiva da produtora rural, da assentada da reforma agrária, que também contam com outras políticas do governo federal”, registrou.
O objetivo é potencializar a produção das trabalhadoras rurais. O conceito do projeto indica que uma boa forma de fazer isso é investir nos quintais, onde historicamente se produz uma diversidade grande de alimentos. Produzindo alimentos saudáveis em casa, as mulheres ganham mais autonomia, incrementam a renda da família e contribuem para a soberania alimentar do assentamento.
“Além de ter um ofício e uma renda, o arredor de casa fica muito mais bonito”, afirmou a agricultora Núbia da Conceição às colegas, também trabalhadoras rurais. Para aprender e tirar dúvidas sobre a política do MDA, Núbia viajou cerca de duas horas, nesta sexta-feira, para percorrer os 130 quilômetros que separam o Recife do assentamento em que vive no município de Água Preta.
Para ela, que recebeu das mãos da secretária-executiva do MDA o cartão que dá acesso ao benefício, o esforço já valeu a pena. “Vamos sair daqui e ir direto para o banco, buscar nosso dinheiro.” Por meio do Fomento Mulher, a agricultora planeja ampliar e diversificar a produção.
O líder do PT no Senado, Humberto Costa, que acompanha de perto programas federais como o Fomento Mulher, destacou a importância de créditos como esse. “A mulher agricultora, moradora da zona rural, mãe, trabalhadora, precisa de programas assim. Porque confiamos no fato dela saber exatamente como investir, ajudando o cotidiano de sua família. É um vitória histórica”, avaliou.