A professora Juliana Sayão, do Centro Acadêmico de Vitória (CAV) da UFPE, foi selecionada para compor a equipe brasileira que participará de uma operação para coleta de fósseis na Antártica, em 2016.A Operantar, nome dado a toda operação de campo na Antártica, no âmbito do Programa Antártico Brasileiro (ProAntar), terá inicio no dia 2 de janeiro de 2016, data em que a equipe sairá de Puerto Mont, no Chile, com destino à ilha James Ross, em um navio da Marinha Brasileira. O grupo de sete professores de universidades brasileiras deverá ficar na Antártica por um período de 60 dias.
Essa será a segunda vez que Juliana Sayão, docente do Núcleo de Biologia do CAV e especialista em arcossauros fósseis, participará de estudos antárticos. Em 2011, ela também fez parte de uma pesquisa do Proantar, que resultou na publicação do registro mais antigo de um plesiossauro na Antártica. Na época, ela contribuiu com as descrições do material coletado em campo, mas não participou da coleta de fósseis no continente gelado.
Em 2014, a professora do CAV também se destacou por integrar um grupo de pesquisadores – das Universidades Federais de Pernambuco (UFPE) e Rural de Pernambuco (UFRPE) e Regional do Cariri (Urca) – responsável pela identificação do fóssil do Maaradactylus kellneri, que viveu há 111 milhões de anos. O fóssil, de uma espécie de pterossauro inédita no mundo, foi encontrado no município de Santana do Cariri, no sul do Ceará.
O PROJETO – O Paleoantar é o nome do projeto do qual Juliana Sayão faz parte e que está inserido no ProAntar, programa financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O Paleoantar é coordenado pelo professor Alexander Kellner, do Museu Nacional/UFRJ, e tem o objetivo de coletar fósseis de vertebrados na ilha de James Ross, para estudos sobre a evolução paleoambiental da Península Antártica.
Juliana explica que, do ponto de vista paleontológico, a Antártica é uma região ainda desconhecida, que desperta grande interesse de pesquisadores de todo o mundo. “Ela guarda importantes informações sobre os organismos que viviam em sua área quando ainda estava agregada ao resto da América do Sul, África, Austrália e Nova Zelândia. As dificuldades de acesso e de trabalho fazem esse local ser tão especial e misterioso”, afirmou.