Serviços como emissão de documentos e registros de boletins de ocorrências devem ser prejudicados, assim como atividades no Instituto de Criminalística (IC), nas unidades do Expresso Cidadão e no Instituto de Identificação Tavares Buril (IITB). Só serão mantidos os expedientes no Instituto de Medicina Legal (IML), flagrantes levados até delegacias e investigações em locais de homicídios.
Entre as decisões comuns entre delegados, agentes, escrivães, peritos e peritos papiloscopistas, estão a entrega de jornadas extras de trabalho e a exposição de números diferentes dos divulgados pelo Governo do Estado a respeito da criminalidade. As ações de comunicação devem ocorrer, segundo as entidades sindicais, em locais de grande movimentação, como os eventos do Circuito do Frio.
“Roubos de cargas e de carros, por exemplo, estão aumentando, mas isso não é informado”, critica o presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol-PE), Áureo Cisneiros. “Tomamos a decisão de não participar de algumas operações que consideramos inadequadas, do ponto de vista da legislação. Os delegados são pressionados a aumentar o número de recolhimentos de presos, a elevar o valor de fianças e participar de operações relativas a crimes de menor potencial ofensivo”, comentou o presidente da Associação dos Delegados de Polícia de Pernambuco (Adeppe), Francisco Rodrigues.
No dia da paralisação, as duas categorias pretendem realizar um café da manhã em frente à sede da Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag). Depois, haverá uma passeata em direção ao Palácio do Campo das Princesas, no bairro de Santo Antônio, na área central do Recife. No local, os policiais civis pretendem oficializar a saída do Programa de Jornada Extra de Segurança (PJES).
Reivindicações
Os delegados pedem melhores condições de trabalho, a valorização da carreira e reajuste salarial, já que a remuneração atual é a pior da classe no País, conforme a Adeppe. No início do mês, a categoria decidiu engavetar novos inquéritos, priorizando os antigos. Já os demais policiais civis pedem a equiparação do adicional por risco de vida em relação ao valor pago aos delegados, que é de 225%. Os servidores também denunciam a falta de condições de trabalho e de profissionais.