Prestaram última homenagem à cantora Naná Vasconcelos, Lia de Itamaracá e Aurinha do Coco
Foi sepultado o corpo de Selma do Coco na tarde deste domingo (10) no Cemitério de Guadalupe, em Olinda. Por volta das 15h30, o cortejo saiu do Clube Vassourinhas, no bairro do Amparo, onde a cantora era velada. Prestaram sua última homenagem à Dona Selma os artistas Naná Vasconcelos, Lia de Itamaracá e Aurinha do Coco.
O velório começou pela manhã, mas foi às 14h30 que o maior número de pessoas começou a chegar. Portando instrumentos musicais – como alfaia e pandeiro, os familiares a homenagearam com músicas de sucesso de Selma, como a tradicional “A Rolinha”. Emoção e alegria foram sentimentos que tomaram conta do ambiente ao longo do dia.
Patrimônio Vivo do Estado de Pernambuco, Selma do Coco faleceu devido à falência múltipla de órgãos por volta das 17h do último sábado (9) no Hospital Miguel Arraes (HMA), em Paulista. Segundo o hospital, Selma, com 85 anos de idade, teria sofrido uma parada cardíaca (sendo reanimada) e, em seguida, sofreu falência múltipla de órgãos.
Ela estava internada desde o dia 11 de abril deste ano na unidade de saúde após sofrer uma queda em sua residência e ter fraturado o fêmur. Durante o período internada, a cantora teve infecção urinária, o que atrasou a cirurgia para a correção da fratura, que aconteceu somente no dia 23 de abril.
Após o processo cirúrgico, Selma apresentou alterações na função renal e desconforto respiratório, chegando a apresentar melhora no quadro de saúde no começo de maio. Mesmo deixando de usar o suporte respiratório, a cantora continuou fazendo as sessões de hemodiálise.
Em nota, a Prefeitura do Recife disse que “Dona Selma do Coco, que sempre nos trouxe alegria e bom humor com sua música, agora nos deixa saudade. Nossa última homenageada no São João do Recife e eterno Patrimônio Vivo do Estado de Pernambuco”.
História
Selma Ferreira da Silva nasceu em 10 de dezembro de 1929, em Vitória de Santo Antão, onde viveu até os 10 anos de idade. Mudou-se com a família para o bairro da Mustardinha, no Recife. Ali mesmo casou-se cedo, teve 14 filhos e ficou viúva.
Já aos 50 anos de idade, mudou-se para Olinda, tradicional reduto de samba de coco, e daí por diante cultivou a prática de promover rodas de coco que passaram a ser bastante concorridas. Em 1990, quando ainda não tinha um nome consolidado no cenário nacional, participou do 1º Festival de Cantadores de Praia do Nordeste e, em 1997, do festival Abril pro Rock, que ajudou a alavancar sua carreira.
Dez anos depois, recebeu a “Ordem do Mérito Cultural”, concedida pelo Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, e hoje é reconhecida como Patrimônio Vivo de Pernambuco.