Uma rodovia maltratada, esquecida e, por isso, perigosa. Assim está a BR-232, principal eixo rodoviário para o interior de Pernambuco, que a partir desta quarta-feira à noite deverá ser destino de muitos motoristas para o feriadão da Semana Santa. Esqueça aquela rodovia de outros tempos, quando foi duplicada, sendo elogiada por todos devido à qualidade do pavimento e da sinalização. A BR-232 não é mais a mesma. Atualmente, é uma rodovia traiçoeira. Com problemas estruturais sérios e manutenção deficiente, pega de surpresa aqueles motoristas que ainda guardam na memória a imagem de uma estrada de tráfego fácil e seguro. Por isso, exige atenção redobrada em todos os 134 quilômetros duplicados que separam o Recife da cidade de Caruaru, no Agreste pernambucano.
“O motorista deve viajar atento porque, além de se deparar com um grande volume de tráfego, estará numa rodovia ruim. Que nem de longe lembra aquela antiga rodovia, que possuía qualidade”, alerta o inspetor Alexandre Leite, chefe da 2ª Delegacia Metropolitana da Polícia Rodoviária Federal (PRF), em Caruaru. O inspetor destaca que, além dos problemas no pavimento, a estrada está quase sem sinalização. “Há trechos em que não encontramos mais qualquer sinalização horizontal e vertical. E, na maior parte da rodovia, a horizontal está apagada”, alerta.
Os números de acidentes refletem o abandono da 232. Em 2013 foram 1.306 e, em 2014, 1.425. No Estado, a BR-232 só perde para a BR-101 nas estatísticas de violência no trânsito. Segunda-feira, enquanto a reportagem era produzida, a equipe presenciou dois acidentes na rodovia, um deles que deixou o motorista e seu cachorro mortos.
Para aqueles motoristas que têm como destino Fazenda Nova ou Brejo da Madre de Deus, a situação melhora depois que deixam a BR-232. Mas mesmo assim a atenção é necessária. A BR-104, recentemente duplicada até a entrada de Santa Cruz do Capibaribe, ainda não está com a sinalização implantada. E a PE-145, embora melhorada pelo Estado, não possui acostamento e tem desníveis.