Efeito “Halo” é produzido por refração da luz solar em gotículas de água cristalizada.
Quem olhou para o céu na manhã desta terça-feira (30), foi surpreendido por um fenômeno óptico chamado de “Halo”, que consiste na formação de cristais de gelo, causando um círculo ao redor do Sol. De acordo com especialistas, o efeito é produzido por meio da refração da luz em gotículas de águas cristalizadas em grandes altitudes.
Procurado pela reportagem do Portal FolhaPE, o doutor em astrofísica Antônio Carlos Miranda, que é professor de física e astronomia da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), explicou que qualquer fonte de luz que tiver perto de si algum tipo de material como gases, vidro, cristais, ou partículas de suspenção, causam o fenômeno da refração da luz, a dispersando em cores como o efeito arco-íris.
No caso do Halo, que forma o círculo ao redor do Sol, o efeito é o mesmo. “A luz do Sol passa por nuvens cristalizadas, e a luz se abre nas famosas sete cores do arco-íris. É um fenômeno que tem essa base fenomenológica, pode-se dizer. Quando você tem a luz no formato circular ou esférico, como é no caso da lua e do sol, o entorno fica encurvado, como se fosse um anel”, disse Miranda.
A formação desses cristais, segundo o especialista, se dá devido ao tempo e ao clima, com as baixas temperaturas. Segundo o astrofísico, o fenômeno é raro no clima do Brasil, mas pode acontecer algumas vezes por ano. “Nas altitudes a temperatura é muito baixa, então qualquer gotícula líquida fica cristalizada. A gente vê muitos casos de virar neve, de virar granizo, e nesse caso vemos as gotas cristalizadas, muito pequenas, que formam um meio de a luz se espalhar e formar esse halo colorido, bonito”, explicou.
Por se tratar de algo inusitado e raro, o fenômeno costuma deixar muitas pessoas curiosas, que acabam visualizando o efeito de maneira imprudente, olhando diretamente para o Sol. De acordo com o astrofísico, é preciso utilizar proteção adequada para evitar danos aos olhos. Segundo ele, usar óculos de baixa qualidade pode prejudicar a visão, já que não tem proteção contra os raios ultra-violetas.
“Não é bom olhar diretamente para o sol de jeito nenhum. O ideal é usar ou óculos escuros com material de qualidade, inclusive atestado por oftalmologistas, ou um material usado por soldador, ou filtros especializados utilizados na astronomia, que compramos em empresas especializadas, como filtros para observação solar. É uma prática didática a compra para lunetas e telescópios, próprio para observação do céu”, aconselhou Miranda.