Câmara da Vitória irá elaborar documento com as recomendações resultantes do debate a ser encaminhado à prefeitura e ao Ministério Público.
Dando continuidade ao ciclo de debates que a Câmara de Vereadores de Vitória de Santo Antão vem provendo com a população sobre alguns dos principais problemas do município, a audiência pública desta terça-feira (18) discutiu a interdição do Matadouro Público Municipal, que no próximo mês completa três anos, e como consequência a matança clandestina de animais para o consumo humano.
Muita gente compareceu e permaneceu no Silogeu do Instituto Histórico durante toda a reunião. Além do presidente da Câmara, Professor Edmo Neves (PMN) ainda estiveram presentes os vereadores Dr. Saulo Albuquerque (SDD), Novo da Banca (PSD) e Toninho (PROS).
Em seu discurso, o Professor Edmo destacou que a Audiência não é a primeira atitude do Poder Legislativo para enfrentar o problema. “Somente durante esta legislatura, tivemos inúmeros requerimentos e apelos dos parlamentares, dirigidos à Prefeitura Municipal, para que fosse implantado um matadouro na cidade de Vitória, com as condições adequadas, determinadas pela Vigilância Sanitária e Ministério Público Estadual. Apesar de toda discussão, não se obteve nenhuma resposta da Secretaria Municipal de Agricultura e Saúde”.
Dr. Saulo parabenizou a população pela enorme presença e convidou os presentes a acompanhar as sessões ordinárias da Câmara que acontecem sempre às 11h das quintas-feiras. Ele lamentou a ausência de representantes da Prefeitura. Apesar de terem sidos convidados e chegar a confirmar presença, o Secretário de Governo, Ozias Valetim e a Secretária de Saúde, Veraluce Lira, informaram pouco antes do início da Audiência que não poderiam estar presente.
Fato lamentado também pela população, quando fez uso da palavra. Mas as pessoas puderam ouvir atentamente as considerações da Promotora de Justiça da Curadoria de Defesa do Consumidor, Lucile Girão Alcântara ea médica-veterinária que é Gerente-Geral da Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária de Pernambuco (Adagro), Erivânia Camelo.
De acordo com Erivânia 95% dos 67 matadouros que funcionam hoje em Pernambuco estão em situação precária ou muito precária. A maioria é de responsabilidade das prefeituras e trabalham com muitos funcionários clandestinos. “Vitória seria um excelente local para construção de matadouro regional, por estar bem localizada e ter disponibilidade de água. Um matadouro industrial desse porte daria para abater 40 mil cabeças de gado por mês”, explicou Erivânia.
A promotora Lucile Girão explicou que a discussão não iria terminar ali. Ela se comprometeu a continuar as apurações e fazer contato com a promotora Vera Rejane, da Curadoria de Meio Ambiente, para juntas promoverem ações a fim de solucionar a falta de um matadouro na cidade. Ao fim da audiência pública ficou acordado que será elaborado um documento, pela Câmara de Vereadores, com as recomendações resultantes do debate a ser encaminhado à prefeitura e ao Ministério Público.