Poetas e escritores como Manuel Bandeira e João Cabral de Melo Neto já ocuparam cadeiras na ABL.
Evaldo Cabral é o mais novo membro da ABL. Crédito: Companhia das Letras/Divulgação. |
Nos 117 anos de fundação da Academia Brasileira de Letras, Pernambuco ganha mais um motivo para se orgulhar com a recente eleição do historiador Evaldo Cabral de Mello para ocupar a cadeira de número 34 da ABL. Cadeira esta que tem o sacerdote e poeta Sousa Caldas como seu patrono. O último a ocupá-la, João Ubaldo Ribeiro, faleceu em julho deste ano.
Mas antes mesmo de Evaldo, Pernambuco já vinha sendo representado por nomes de peso na ABL, o Viver reuniu alguns deles. Mestres das letras, todos de uma forma ou de outra souberam deixar seu nome na história. Por meio da poesia, da fala e, claro, da escrita. Esses nomes são os verdadeiros imortais.
Manuel Bandeira
Nascido no Recife, em 1886. Bandeira é autor de belos e clássicos poemas como Vou-me embora pra Pasárgada. “Lá sou amigo do rei, Lá tenho a mulher que quero. Na cama que escolherei” dizem os versos. Ocupou a cadeira de número 49 na ABL, sendo eleito em agosto de 1940. Lá, ficou até sua morte, no Rio de Janeiro, em outubro de 1968. Em seu lugar, entrou o mineiro Cyro dos Anjos.
João Cabral de Melo Neto
Recifense arretado, João Cabral nasceu em 1920. Em sua obra mais famosa, Morte e vida Severina (1955), soube como poucos retratar a dor e o sofrimento do retirante nordestino, atormentado pela seca. Clássicos como Cão sem plumas (1950) também fazem parte de sua bibliografia. Foi eleito para ocupar a cadeira 37, antes ocupada por Assis Chateaubriand. Foi eleito em agosto de 1968 e lá ficou até sua morte, em outubro de 1999. Está imortalizado também com uma estátua na Rua da Aurora.
Marcos Vinicios Vilaça
Atual ocupante da cadeira 26, Vilaça nasceu em Nazaré da Mata, em 1939. Advogado, poeta e professor, foi eleito para a ABL em 1985, onde permanece até hoje. Chegou, inclusive, a ser presidente da Academia, em cargo que durou de 2005 a 2007.
Marco Maciel
Nascido no Recife, em 1940, foi eleito para a Academia em dezembro de 2003, substituindo o empresário e comunicador Roberto Marinho. Com vida política ativa, chegou a ser senador de Pernambuco entre 2003 e 2011. Ocupa até hoje a cadeira de número 39, que já teve como ocupantes Otto Lara Resende e Rodolfo Garcia.
Geraldo Holanda Cavalcanti
Nascido no Recife, em fevereiro de 1929. Foi eleito para a ABL em julho de 2010. Formou-se bacharel em ciências jurídicas pela Faculdade de Direito do Recife, em 1951. Poeta e tradutor, Geraldo ocupa a cadeira de número 29. Como Marcos Vilaaça, também foi eleito presidente da Academia em 2013. Cargo que exerce até hoje.
Evaldo Cabral de Mello
Pernambucano de 78 anos, é o mais novo imortal da Academia Brasileira de Letras, sendo eleito em outubro deste ano. Historiador, ocupa a cadeira 34, que teve como último ocupante João Ubaldo Ribeiro, falecido em julho. Irmão do poeta João Cabral de Melo Neto e primo do sociólogo Gilberto Freyre, ele é especialista no período de dominação holandesa em Pernambuco (1630-1654), e considerado um dos mais importantes historiadores do Brasil. Também atuou como diplomata em países como Estados Unidos, Suiça, França, Espanha e Portugal, até se aposentar.