Foto: Folha PE. |
Depois de uma semana de paralisação, os bancários aprovaram as propostas de acordo dos bancos e encerram mais uma greve vitoriosa. Em assembleias realizadas na noite desta segunda-feira, dia 6, os trabalhadores decidiram aceitar as propostas da Fenaban, para os bancos privados, e as específicas do Banco do Brasil e da Caixa. No Banco do Nordeste, os funcionários rejeitaram a proposta e decidiram continuar com a paralisação nesta terça-feira, dia 7.
Para a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, a força da greve garantiu um dos melhores acordos dos últimos anos. “Conquistamos um dos maiores ganhos reais da década e valorizamos o piso em 9%, com repercussão em toda curva salarial nos bancos públicos. Garantimos, ainda, um reajuste histórico no vale-refeição. Além das cláusulas econômicas, conquistamos avanços na nossa pauta social, entre elas, a inclusão, na Convenção Coletiva, de uma cláusula contra as metas abusivas. Também garantimos importantes avanços em questões relativas à saúde e condições de trabalho”, avalia Jaqueline.
A forte greve encampada pelos bancários em todo o país obrigou a Fenaban a melhorar o índice de reajuste de 7,35% para 8,5% (aumento real de 2,02%) nos salários e demais verbas salariais. Para o piso, o reajuste subiu de 8% para 9% (2,49% acima da inflação). A greve também garantiu um reajuste histórico no vale-refeição, de 12,2% (5,5% de aumento real), elevando o valor dos atuais R$ 23,18 para R$ 26 ao dia.
“Juntando o vale-alimentação e o vale-refeição, os bancários terão R$ 1.003,16 de complemento no salário para fazer as compras do mês. Somados, os dois auxílios tiveram um reajuste de 10,76%. Vale destacar que o reajuste de 8,5% conquistado nos salários também impactam sobre os demais benefícios, como o auxílio-creche/babá, a requalificação profissional, a ajuda de deslocamento noturno…”, enumera Jaqueline.
Todos os reajustes conquistados serão pagos de forma retroativa a 1º de setembro, data base da categoria. Já a primeira parcela da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) será depositada dez dias após assinatura da Convenção Coletiva, o que deve ocorrer nos próximos dias. A segunda parcela deve ser paga até 2 de março de 2015.
Bancos públicos – Os acordos específicos dos funcionários do Banco do Brasil e da Caixa também garantem uma série de conquistas para os bancários.
No BB, por exemplo, o reajuste de 9% no piso da carreira de mérito valoriza todos os segmentos do funcionalismo e terá impacto imediato para mais de 40 mil bancários. O BB também aceitou pagar todas as horas extras, acabando com o banco de horas.
Na Caixa, os 9% de reajuste serão aplicados em todos os níveis das tabelas salariais de cargos efetivos, além de garantir um delta de promoção por mérito para os empregados a partir de janeiro. A Caixa também manteve a PLR social e se comprometeu a contratar mais 2 mil bancários para aliviar a sobrecarga de trabalho.
No Banco do Nordeste, as negociações prosseguiram nesta segunda-feira, dia 6. O banco melhorou a proposta de acordo (confira a proposta completa), mas os bancários entenderam que ainda há espaço para avançar e decidiram manter a greve. O Sindicato está organizando um ato de protesto contra o BNB para esta terça-feira, dia 7, em frente ao prédio administrativo do banco, na Conde da Boa Vista, no Recife, a partir das 10h.
Dias parados na greve – Mais uma vez, os dias parados na greve não serão descontados do salário dos bancários. Os bancos aceitaram que a compensação de uma hora por dia no período de 15 a 31 de outubro, para quem trabalha seis horas, e uma hora por dia no período entre 15 de outubro e 7 de novembro, para quem trabalha oito horas. As horas que sobrarem serão anistiadas após essas datas.
A presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, destaca que a compensação dos dias parados só começa após a assinatura da Convenção Coletiva. “Não aceite pressão dos bancos para trabalhar além da jornada antes da assinatura da Convenção, como forma de compensação dos dias da greve. Os bancários que passarem por este problema devem procurar o Sindicato para tomarmos as medidas cabíveis”, alerta Jaqueline.