Alepe renovada? Nem tanto

Um olhar mais apurado revela nomes que estrearam nas urnas por indicação de familiares ou estão simplesmente de volta ao legislativo estadual.

Com o apoio do pai, Joaquim Lira obteve 27.701 votos em Vitória de Santo Antão. (Foto: Divulgação/Luciano Abreu).
A eleição do dia 5 de outubro de 2014 trouxe uma renovação de 38,7% para a Casa Joaquim Nabuco. À primeira vista, esse percentual, que representa 19 novos deputados para a Assembleia Legislativa pode parecer uma renovação da política. Mas não é bem assim. Um olhar mais apurado revela nomes que estrearam nas urnas por indicação de familiares ou estão simplesmente de volta ao legislativo estadual – caso de Lula Cabral (PSB) e Romário Dias (PTB), o último, inclusive, já foi por algumas vezes presidente da Alepe.

Na sua estreia nas urnas, Simone Santana (PSB), esposa do prefeito de Ipojuca, Carlos Santana (PSDB), conseguiu angariar 73.178 mil votos. Disparadamente, ela foi a mais votada entre os ipojucanos – total de 13.749 votos. A esposa entra na política pelas mãos do marido, que teve que deixar o seu mandato na Alepe, em 2013, para assumir a Prefeitura Municipal. História parecida tem a deputada eleita Socorro Pimentel (PSL), que entrou no lugar do marido, Raimundo Pimentel (PSB). Após três mandatos consecutivos, ele deixou a disputa em decorrência de uma série de desentendimentos internos no partido. Ela, que recebeu 42.101 votos, teve uma votação bem próxima da do marido em 2010, com 41.503. 

Com apenas 24 anos, Miguel Coelho (PSB), filho do senador eleito Fernando Bezerra Coelho (PSB), também conseguiu o mandato de deputado estadual na sua primeira disputa. Com 55.172 votos, ele vai ser o parlamentar estadual mais jovem. Com 58.515 votos, outro jovem eleito foi Lucas Ramos (PSB), de 28 anos, que entrou por indicação do pai, Ranilson Ramos, desde 2013 conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Filho do prefeito de Vitória de Santo Antão, Elias Lira (PSD), o agora deputado estadual eleito Joaquim Lira (PSD) também foi bem sucedido na sua primeira tentativa para obter uma vaga na Alepe. Aos 30 anos, ele obteve 67.584 votos, dos quais 27.701 somente no município sob a gestão do seu pai. Ao todo, a nova bancada familiar da Alepe conta com 15 representantes.

Dos vereadores do Recife que se aventuraram na disputa por uma das 49 vagas da Alepe, dois obtiveram êxito. A vereadora e agora deputada eleita, Priscila Krause (DEM), conseguiu 47.882 votos, dos quais 33.051 somente no Recife. Filha do ex-governador Gustavo Krause, Priscila assumiu uma postura de independência no legislativo aos governos do PT e PSB. Com a força dos eleitores evangélicos, o vereador André Ferreira (PMDB) ganhou um mandato estadual a partir de uma expressiva votação (74.448), ficando na quarta colocação entre os mais votados. 

Aliás, a bancada evangélica, mais uma vez, demonstrou a sua força para o legislativo estadual. Os dois mais bem votados frequentam a Assembleia de Deus: o pastor Cleiton Collins (PP), que ficou com 216.874 votos, e o presbítero Adalto Santos (PSB), com 158.874. Os dois são bicampeões. A nova bancada evangélica é formada por, ao menos, cinco deputados.

Informações do Jornal do Commercio