Enterro acontecerá no Cemitério Morada da Paz, em Paulista, às 16h desta quinta.
Corpo de Ariano começou a ser velado velado por volta das 23h, no Palácio do Campo das Princesas. (Foto: Expedito Lima/Folha de Pernambuco) |
O corpo do escritor, poeta e dramaturgo Ariano Suassuna começou a ser velado por volta das 23h, no Palácio do Campo das Princesas – sede do governo estadual. Uma missa de corpo presente foi iniciada após a chegada do caixão, que foi conduzido por policiais militares e recebido pelo governador João Lyra Neto, e pelo ex-governador Eduardo Campos. A cerimônia, que foi ministrada pelo Frei Aluísio Fragoso, a princípio, contou apenas com a participação de familiares.
Por volta das 23h30, o público foi liberado para entrar. O corpo fica no local até as 15h desta quinta-feira (24), quando seguirá em cortejo até o Cemitério Morada da Paz, em Paulista, na Região Metropolitana do Recife, local onde ocorrerá o enterro. O sepultamento está programado para acontecer às 16h. As informações foram divulgadas pela assessoria do dramaturgo paraibano.
Com as bandeiras da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), do Brasil e de Pernambuco estampadas sob o caixão, o corpo de Ariano foi encaminhado para o início do velório. O governador de Pernambuco, João Lyra, e o ex-governador, Eduardo Campos, ajudaram a carregar o caixão para o espaço interno do palácio. Por volta das 21h30, alguns familiares e amigos começaram a chegar para a cerimônia. O público em geral só teve acesso ao espaço onde o corpo está sendo velado depois das 23h30, quando foi concluída a missa de corpo presente. O tráfego no entorno da sede do governo estadual foi bloqueado para a passagem de veículos. Toda a movimentação é acompanhada por policiais militares do batalhão da área e do Batalhão de Trânsito.
Governador João Lyra e o ex-governador Eduardo Campos ajudaram a carregar o caixão para o palácio. (Foto: Expedito Lima/Folha de Pernambuco) |
Uma das netas do escritor, a psicóloga Germana Suassuna, de 26 anos, realizou um discurso durante a missa de corpo presente. Durante a fala, a parente de Ariano lembrou de uma das maiores alegrias do avô: o Sport Club do Recife. “Estamos aqui, todos os netos rubro-negros, com a camisa do Sport, representando uma alegria que ele tinha na vida. E quem não é rubro-negro, sabia da alegria de vovô em ser rubro-negro. Vovô é mais do que rubro-negro, vovô é além de Sport, além de muitas outras coisas”, declarou a neta, bastante emocionada.
Germana falou também da relação da sua avó Zélia com Ariano Suassuna, e que a morte do parente não deixará de aproximar os familiares. “Nos reunimos em todos os momentos e assim vamos continuar. Minha avó merece. Ela foi para o meu avô a maior alegria, com toda a certeza da vida dela”. No fim do discurso, a neta do escritor mandou um recado para os veículos de comunicação que veicularam erroneamente a morte de Ariano. “Ao ansiosos de ontem, eu aviso que meu avô é simplesmente imortal”.
Após a confirmação da morte de Ariano, dezenas de jornalistas, políticos e amigos do escritor se dirigiram ao Real Hospital Português (RHP), no Recife, onde o escritor estava internado. Entre as presenças, o governador de Pernambuco João Lyra, o ex-governador e candidato à presidência Eduardo Campos, o senador Jarbas Vasconcelos, o prefeito do Recife Geraldo Julio e a secretária de Cultura do Recife, Leda Alves.
O escritor, autor da famosa obra “Auto da Compadecida”, morreu no fim da tarde desta quarta-feira, em decorrência de um acidente vascular cerebral (AVC) hemorrágico e uma parada cardíaca provocada por hipertensão intracraniana. Ele estava em coma e respirava com ajuda de aparelhos após ter sido internado no RHP com um sangramento no cérebro, na última segunda-feira (21).
Ariano precisou passar por um procedimento cirúrgico de emergência na noite da última segunda-feira (21). Dois drenos foram colocados para controlar a pressão intracraniana vascular. Durante a tarde da terça-feira (22), surgiram rumores sobre a morte do dramaturgo, os quais foram desmentidos pelo hospital e familiares do paciente. Após a negação da morte, a assessoria da unidade de saúde emitiu um boletim médico, na noite da terça (22), informando que a situação clínica havia passado de estável para instável, sendo registrada queda da pressão arterial e pressão intracraniana muita elevada no paciente.