No último episódio de Game of Thrones, do dia 04 de maio de 2014, um diálogo entre Tywin e Cersei Lannister nos ofereceu importantes lições de como funciona a nossa sociedade:
Tywin: A coroa deve, ao Banco de Ferro de Bravos, muito dinheiro.
Cersei: Deve ter alguém no Banco de Ferro com quem possa falar, ou chegar a um acordo.
Tywin: É o Banco de Ferro. Não tem ninguém.
Cersei: Alguém trabalha lá. É composto por pessoas.
Tywin: E um templo é composto por pedras. Uma pedra cai, e outra toma o lugar. E o tempo mantém sua forma por mil anos ou mais. É isso que o Banco de Ferro é: um templo. Todos nós vivemos a sua sombra, mas poucos sabem disso.
É curioso como determinadas formas de agir e de pensar tendem a se perpetuar na história, apesar das pessoas morrerem e outras tomarem o seu lugar.
O movimento Aposente, muitas vezes teve problemas quando alguns políticos acreditaram que nossas críticas eram pessoais. Na verdade, nós não dirigimos críticas a nenhum político em Vitória pessoalmente, nem a sua família e nem aos seus amigos. Dirigimos nossas críticas a determinadas práticas que sobrevivem sem fim na sociedade brasileira: esquemas de corrupção, compra de votos, falta de consulta popular, centralização de poder, esquema de troca de favores e de terrenos, nepotismo, curral eleitoral, falta de liberdade de expressão, ameaças pessoais, coronelismo, etc.
Compreendemos que quando nossos governantes fazem um esquema obscuro, eles estão ecoando a voz de centenas de milhares de políticos corruptos que o Brasil já teve, desde a sua origem. Eles não são verdadeiramente donos de seus mandatos, mas fantoches de arcaísmos.
Sendo assim, não adianta aposentarmos um governante, e deixarmos que aquelas práticas se perpetuem. É como dizem por aí: ao cortar a cabeça de um político corrupto, sempre nascerão duas em seu lugar.
Dito isto, alguns podem pensar que essas práticas são tão imortais quanto o Highlander, e que seria impossível fazermos qualquer tipo de mudança em Vitória, pois “qualquer um que chegasse ao poder faria a mesma coisa”.
Acontece que a história nos ensinou que quando as pessoas não aguentam mais os desmantelos de nossos governantes, depois de acumularem décadas de insatisfação, uma mudança inesperada pode ser desencadeada. É só os nossos representantes olharem para baixo, que vão perceber que o chão que eles pisam é feito com nossas cabeças, nossos impostos, nossa dignidade, nossas famílias, nossos corações. E quando uma ideia tem a força de despertar essas mentes e corações, acontece algo parecido como aquela cena dos desenhos animados, aonde o desenho malvado percebe que está sem chão e já não dá tempo de voltar para o penhasco.
Vivemos hoje à sombra dessa classe política, composta por cores que não nos representam. Eles talvez não saibam, mas acontece que ao menor sopro de uma ideia, à menor fagulha de insatisfação, ao menor grito de cólera, dezenas de milhares de pessoas juntas podem fazer o que não foi feito em 50 anos em Vitória, ao arrepio dos governantes mais poderosos e consolidados.
Cuidado governantes. Pois o equilíbrio de vocês é mais frágil do que imaginam.
Campanha Aposente Um Vereador Vitoriense