Após decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST), determinada quarta-feira passada, os funcionários da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) que aderiram à greve voltam às atividades nesta sexta-feira. Para suprir a demanda de carga postal acumulada, o órgão informou que vai manter o ritmo de trabalho estabelecido desde o início da paralisação, quando foi implantando um plano para suprir a demanda. Em Pernambuco, 23% dos 3.900 empregados aderiram ao movimento. Na área de distribuição, a mais afetada, 55% dos carteiros (1.435) não trabalharam durante o período grevista. O órgão comunicou que a entrega de encomendas, malotes e telegramas está em dia. No entanto, está em atraso o equivalente a dez dias de carga postal. Como o setor de distribuição foi o mais afetado, o órgão montou um mutirão com os funcionários, que continuarão trabalhando nos finais de semana e em períodos de hora extra. Também há um esquema de realocação de trabalhadores para o esse setor.
“Os Correios funcionaram normalmente durante o período de paralisação parcial. Todas as agências permaneceram abertas com todos os serviços, inclusive o Sedex, disponíveis — com exceção dos serviços de entrega com hora marcada em algumas localidades”, informou o órgão, acrescentando que os funcionários que não aderiram à greve foram os operadores de triagem e transbordo, os agentes comerciais e a equipe administrativa que atua na sede do órgão, na Avenida Guararapes, bairro de Santo Antônio, Centro do Recife.
Na tarde desta quinta, um grupo de funcionários responsável pelo plano de continuidade da empresa se reuniu para iniciar um levantamento que vai contabilizar os dias que serão necessários para normalizar a distribuição.
Caso descumpram a decisão dos ministros da Seção Especializada em Dissídios Coletivos do TST, a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect) deve pagar multa diária no valor R$ 20 mil. Segundo o sindicato, a Fentect pretende recorrer ao Supremo Tribunal Federal, alegando descumprimento da cláusula 11 do dissídio coletivo de 2013.
A greve foi deflagrada no dia 29 de janeiro em protesto contra a gestão do novo plano de saúde, o Postal Saúde.
Os funcionários alegavam que o plano anterior, o CorreiosSaúde (gerido pelo próprio órgão), tinha um custo mais acessível.