A vacinação contra tétano no Recife está restrita a nove postos espalhados pelos seis distritos sanitários da cidade. O atendimento, porém, só vem sendo realizado a pessoas gravemente acidentadas e para gestantes. Desde agosto do ano passado há uma diminuição no repasse do medicamento por parte do Instituto Butantan. A orientação da Secretaria de Saúde do Recife é que quem precisar atualizar a carteira de vacinação deve esperar a normalização do serviço. Porém, no município de Vitória de Santo Antão, o problema é mais sério. Não chegam doses da vacina desde novembro.
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, Pernambuco recebia normalmente 140 mil doses da vacina todos os meses do Ministério da Saúde para distribuir entre os municípios. Uma nota da SES diz que, no primeiro mês de queda, apenas 30% foram enviados e que, de outubro até janeiro, a média de doses repassadas está em 72 mil. O Ministério da Saúde afirmou que o período de readequação foi finalizado e o repasse normalizado.
O problema teve início quando o Instituto Butantan, única fonte do governo federal para essa vacina, precisou passar por uma reforma e, com isso, interrompeu a fabricação por dois meses, mas já retomou a fabricação. O médico infectologista Vicente Vaz acredita que a ausência parcial da antitetânica não é um problema grave, desde que não demore a ser normalizado.
A família do estudante Rodrigo Torres, 15 anos, que se cortou enquanto brincava com uma motocicleta de 60 cilindradas na rua onde mora, em Vitória de Santo Antão, precisou vir ao Recife. Após procurar o Hospital João Murilo, naquela cidade, seu pai, Junior Torres, foi informado de que não havia a vacina. O pai trouxe o filho para uma clínica de vacinação particular na Zona Sul, que também não tinha o produto. Rodrigo foi imunizado com uma dose de DTP, que serve para difteria, tétano e coqueluche, ao custo de R$ 120.