Presidente da Corte de contas, Teresa Duere lembra que futuros municípios têm uma série de orbigações a cumprir
A presidente do Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE), Teresa Duere, fez ontem um alerta para os problemas que alguns distritos enfrentarão para se tornarem viáveis ao projeto de emancipação, aprovado no Senado na última quarta-feira (16). O cumprimento de obrigações constitucionais, receita própria, questões previdenciárias e folha de pessoal estão na lista dos itens que devem ser levados em conta.
A presidente do TCE afirma que, a partir de agora, o tribunal irá realizar um estudo detalhado, contendo o perfil de cada um dos municípios que terão distritos desmembrados por meio de projetos encabeçados por deputados, para que os legisladores conheçam a realidade financeira e patrimonial desses lugares. “Vamos colocar no relatório dados com os comprometimentos financeiros de cada um deles, no sentido de que os deputados tenham consciência do que estão aprovando, para depois não dizerem que não sabiam da situação”, salienta, adiantando que em até duas semanas deve estar enviando o documento para a Assembleia Legislativa, como também vai disponibilizar as informações para a população.
De acordo com ela, é preciso cautela antes de se aprovar a emancipação de distritos, já que há muitos sem condições de sustentabilidade, do ponto de vista financeiro e de estrutura. Cita exemplos como o da cidade pernambucana de Manari (desmembrado de Inajá), que tem o menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Estado. “Que benefício (a emancipação) levou para o povo de Manari?” questiona.
Outro ponto levantado pela presidente do TCE é quanto à situação precária dos fundos de previdência municipais. “Quantas pessoas continuam recolhendo, sem ter consciência de que a previdência, em seu município, encontra-se totalmente insolvente. Temos um estudo, de conhecimento do Ministério da Previdência Social, no qual constatamos problemas extremamente graves nessa área”, pontua Duere, que também destaca a Lei de Responsabilidade Fiscal e a folha de pagamento dos municípios como outros gargalos que não podem ser desconsiderados. Afirma que muitos gestores municipais se dizem sem condições de arcar com a folha de pagamento e estão renegociando dívidas contraídas de outras gestões. “Então imagina quando houver a redução de FPM. Isso tudo tem que ser levado em conta na hora da decisão e é por isso que o tribunal vai fornecer todas as informações aos deputados”, finaliza Teresa Duere.
JC Online