Bancários pernambucanos decidem acabar com greve

Decisão foi tomada após assembleia na noite desta sexta-feira (11)

Foto: Danilo Coelho/Arquivo/Blog Nossa Vitória

A mais longa greve dos bancários desde 2004 terminou. Empresas e trabalhadores finalmente chegaram a um acordo, que foi acatado, na noite desta sexta-feira (11), em assembleia, pela categoria local. Foram, ao todo, 23 dias de paralisação, que fechou 12.140 agências em todo o Brasil.

“A negociação teve avanços importantes e a greve chegou no limite”, disse a presidente do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Jaqueline Mello. De acordo com ela, as horas paradas serão compensadas, mas apenas após a assinatura do acordo, que deve acontecer ao longo da semana que vem.

Isso significa que, na próxima segunda-feira (14), o expediente de trabalho dos bancários será normal, o que deve contribuir para aumentar as aguardadas filas na retomada dos serviços.

A compensação será feita em no máximo uma hora extra diária, de segunda a sexta-feira, até 15 de dezembro.
A negociação que chegou ao acordo foi longa. Durou 16 horas e entrou pela madrugada de quinta para sexta. Ficou acertado em 8% (aumento real de 1,82%) o índice de reajuste sobre os salários e as verbas, de 8,5% sobre o piso salarial (ganho real de 2,29%).

O valor fixo da regra básica da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) será reajustado em 10%. A parcela do lucro líquido distribuída em partes iguais (adicional) também será elevada em 10% – a parcela paga da PLR de profissional que ocupe a função de caixa, por exemplo, poderá chegar a 3,5 salários.

Os pisos da categoria terão reajustes diferenciados. Para a função de caixa, por exemplo, o novo valor passa a R$ 2.229,05, para uma jornada de 6 horas diária – após 90 dias de emprego, ou seja, após a fase probatória.
Além disso, o auxílio-refeição passou de R$ 21,46 para R$ 23,18 por dia. A cesta-alimentação, de R$ 367,92 para R$ 397,36. E a 13ª cesta-alimentação, de R$ 367,92 para R$ 397,36.

A proposta fechada inclui ainda três novas cláusulas: proibição de os bancos enviarem SMS (mensagem de celular) aos bancários cobrando resultados, abono-assiduidade de um dia por ano e adesão ao programa de vale-cultura do governo, no valor de R$ 50 por mês.

Após a negociação com a Fenaban, o Comando Nacional se reuniu separadamente com os negociadores do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal e do Banco do Nordeste para receber as propostas das reivindicações específicas dos bancários dos três bancos públicos federais.

Pelo décimo ano consecutivo, os bancários conseguiram, após a greve, aumento real de salário e valorização do piso, além de outras questões.

Jornal do Commercio