Custeio do serviço sai do bolso do passageiro
Foto: Leo Motta/Folha de Pernambuco
A polêmica em torno do passe livre, benefício concedido para algumas categorias no Rio de Janeiro e Cuiabá, por exemplo, pode gerar uma discussão ainda maior envolvendo os demais usuários do sistema de transporte público. Esta parcela da população que não terá o benefício poderá amargar um prejuízo e se tornar a grande vítima das discussões que se iniciaram no Brasil, se essa medida fosse anunciada. O ponto-chave é o custeio do serviço que, atualmente, em sua totalidade, sai do bolso do passageiro.
Outra alternativa seria a entrada do governo para subsidiar esta conta. “A tarifa é igual ao custo do transporte dividido pelo número de pagantes. Nesta conta, a cada dois estudantes, entra um pagante (que desembolsa o valor inteiro da tarifa). Nisso, 50% do custo que o estudante deveria pagar é pago pelo usuário normal”, contabilizou o especialista em mobilidade urbana e secretário de Transportes de Olinda, Oswaldo Lima Neto. Com a isenção tarifária para os estudantes, o valor da passagem deles seria repassado integralmente aos demais usuários do transporte coletivo.
Na opinião de Oswaldo Lima Neto, não é justo que o trabalhador custeie o benefício de outros, quando a responsabilidade deveria estar com o governo. Nas estimativas do especialista, a receita mensal do sistema de transporte no Grande Recife é de R$ 86 milhões. Dessa fatia, o custo desembolsado para bancar a meia-passagem é de R$ 4,3 milhões, que são diluídos nas tarifas inteiras.
Se a isenção da tarifa para estudantes vigorasse, o montante a ser reposto passaria dos R$ 8 milhões. A consequência disso seria um novo, e impactante, aumento de todas as tarifas de ônibus. “Se você estabelece o passe livre (para os estudantes e idosos) o custo do sistema vai ser rateado por menos pagantes”, reiterou o engenheiro e consultor de trânsito e transporte Germano Travassos.
Ele fez questão de destacar a necessidade do governo procurar novas fontes de recursos que evitem a alta da tarifa e possam subdisiar o sistema. Duas opções oferecidas pelo engenheiro são o repasse de parte do Imposto sobre Propriedade de Veiculo Automotivo (IPVA) e também dos valores arrecadados com o Zona Azul.
Renata Coutinho, Folha de Pernambuco
Pois é as saídas existem se forem pensadas, o duro é esperar séculos para fazer o que se precisa! E os empresários não abrem mão de 1 centavo de nada, só querem mamar nas tetas da sociedade e faz ativa corrupção com o poder público!