O Monte das Tabocas, famoso sítio histórico de Vitória de Santo Antão, não oferece infraestrutura para receber os visitantes. Quem chega ao local, depois de enfrentar uma estrada esburacada, encontra o museu desativado, a Capela de Nossa Senhora de Nazaré fechada, lixo e uma das placas instaladas no parque, com frases sobre a batalha travada em agosto de 1645 (século 17) entre holandeses e luso-brasileiros, quebrada.
“É preciso olhar o Monte das Tabocas como um ponto turístico, que pode gerar recursos para o município, mas isso não acontece”, lamenta Marcelo Hermínio, arqueólogo e professor de história da rede pública de Vitória. Segundo ele, o lugar só é lembrado no feriado municipal do dia 3 de agosto, que recorda a luta entre flamengos (derrotados no confronto) e luso-brasileiros, formado por portugueses, índios e negros.
Um tabocal e pés de pau-brasil foram replantados no terreno, numa referência à vegetação de origem, perdidas com o passar do tempo e as novas ocupações do lugar, diz Marcelo Hermínio. “No século 17, o monte era circundado por tabocas, usadas como tática de guerrilha para emboscar os holandeses”, afirma.
O Monte das Tabocas, área de 11 hectares, está 180 metros acima do nível do mar e é contornado pelo Rio Tapacurá. Não há controle de visitas. Quinta-feira passada havia restos de uma fogueira de São João na frente da lanchonete do parque. No local funciona a Escola Municipal Batalha das Tabocas.
Paulo Roberto Arruda, secretário de Cultura, Turismo e Esportes de Vitória de Santo Antão, reconhece a situação precária. Mas defende-se dizendo que a prefeitura não pode agir sozinha. “Qualquer intervenção na área depende de aprovação e autorização da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), por se tratar de um monumento tombado”, declara.
Foto: Hélia Scheppa / JC Imagem
A prefeitura, diz ele, garante a preservação do lugar e tem projeto para incrementar a região, fazendo do Monte das Tabocas um ponto de turismo e lazer.Uma das sugestões do município é transferir o zoológico para um terreno próximo do monte, como forma de incentivar um turismo constante. As visitas hoje, são eventuais, observa. “Vamos desapropriar a área para o zoo.” Também é de interesse da prefeitura levar a sede do Quartel Tiro de Guerra para outro terreno perto do Monte das Tabocas. “Com o Exército presente e o zoológico nas cercanias, o lugar seria mais movimentado”, crê. Tudo isso, no entanto, depende de segurança para os visitantes. “Estamos discutindo com os órgãos envolvidos, para avaliar a viabilidade e buscar um entendimento.”
Sobre a estrada esburacada, Paulo Roberto Arruda disse que se trata de uma rodovia estadual (liga Vitória a Chã de Alegria) e a manutenção é de responsabilidade do Governo de Pernambuco.
Jornal do Commércio
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One Reply to “Marco da cidade sem estrutura”
Desde que sou menino que escuto promessas de melhorias para o glorioso Monte das Tabocas. Fosse Paulo Roberto, quando soubesse que o JC estava em Vitória para fazer tal matéria, inventava uma dor de barriga,pois, FAZ VERGONHA ESSE DISCURSO HIPÓCRITA!
Desde que sou menino que escuto promessas de melhorias para o glorioso Monte das Tabocas. Fosse Paulo Roberto, quando soubesse que o JC estava em Vitória para fazer tal matéria, inventava uma dor de barriga,pois, FAZ VERGONHA ESSE DISCURSO HIPÓCRITA!