2014 terá a Copa mais cara do mundo

Custo previsto de R$ 28 bilhões é questionado nas ruas e Congresso

A Seleção Brasileira entra em campo na noite deste domingo para disputar a final da Copa das Confederações com a Espanha, no novo estádio do Maracanã. A expectativa fica quanto à possibilidade de mais uma manifestação, no Rio de Janeiro, contra os gastos para a realização deste torneio e da Copa do Mundo 2014. Para o Mundial, serão 346 dias, e até lá não faltarão cobranças nas ruas e no Congresso Nacional – uma CPMI está sendo pedida pela oposição – sobre pontos que precisam ser devidamente esclarecidos. O maior deles se baseia em uma pergunta: por que o evento esportivo do Brasil será o mais caro da história?
Sim, porque a diferença é exorbitante. A Copa brasileira já está orçada em R$ 28 bilhões. A cifra representa quase três vezes o aplicado na Alemanha (R$ 10,7 bilhões), em 2006; e no Japão (R$ 10,1 bilhões), em 2002. Se comparada à última edição do Mundial, realizada na África do Sul, o País do Carnaval já gastou quatro vezes mais, comparado aos R$ 7,1 bilhões investidos em 2010. 
A justificativa do ministro do Esporte, Aldo Rebelo, para esse gasto bilionário, é que os R$ 28 bilhões previstos não se restringem aos novos estádios. “Se referem, principalmente, a investimentos em mobilidade urbana, metrô, aeroporto, VLT (Veículo Leve sobre Trilho), BRT (ônibus em corredor com estações), viadutos, avenidas, legados que ficarão para as cidades e já estavam previstos antes da Copa, pois são obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento)”.
ATRASOS

Em 2010, os governos Federal, estaduais e municipais assinaram um documento em que se comprometiam a realizar esses projetos. A União financiaria e os dirigentes locais se responsabilizaram pelas construções. Entretanto, mudanças de planejamento, atrasos em licitações e desapropriações e demora na liberação de verba atingiram praticamente todas as obras. Resultado: dos 44 projetos inicialmente previstos, só 34 permanecem na lista oficial. Outros seis foram incluídos após 2010.

    Considerando as obras mantidas, o custo atual está 11% superior ao previsto. Por causa disso, a oposição quer investigar se há superfaturamento nas obras incluídas no PAC, através de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), formada por deputados federais e senadores. A ação vem sendo encabeçada pelo PPS. O PSDB, por sua vez, já começou a coletar apoios, mas são necessárias 27 assinaturas no Senado e 171, na Câmara. “Ainda não iniciamos o processo de recolhimento de assinaturas, tendo em vista que deputados do PSDB também têm a mesma intenção. Então, vamos nos unir para não ter duplicidade neste pedido. A CPMI acontecerá de toda forma”, garantiu o presidente nacional do PPS e deputado federal por São Paulo, Roberto Freire.

    Folha PE