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Você sabia que um apartamento residencial desperdiça, em média, três vezes mais água que uma casa com os mesmos número de habitantes e condição social? Pois é, e dependendo da quantidade de andares do prédio esse gasto pode ser até dez vezes superior, mesmo com a mesma abertura de registro em torneiras, chuveiros e etc.. Nesta sexta-feira (22), Dia Mundial da Água, não se tem muito a comemorar.
Enquanto o Recife vive uma realidade de racionamento de 20 horas com água para cada 28 horas sem o recurso, na tentativa de evitar um colapso de abastecimento, é preocupante perceber tanta água potável sendo jogada fora.
A situação passa longe de ser fácil, para se ter uma ideia, apenas em 2012, a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) produziu, tratou e distribuiu um total de 640,37 milhões de metros cúbicos de água, mas registra apenas 238,8 milhões como consumo efetivo da população. Isso significa que 62% de tudo que é produzido pela companhia acaba nas chamadas “perdas totais”.
O volume “perdido” apenas no ano passado, que soma 401 milhões de m³, seria suficiente para matar a sede, com 2 litros de água por pessoa, de toda a população mundial (7,1 bilhões de habitantes) por um período de 28 dias. “Essas perdas são decorrentes de vários motivos. Inclui ligações clandestinas, limpeza de reservatórios, submedição de hidrômetros, perdas físicas de vazamentos e etc.”, explica o Diretor Regional Metropolitano, Rômulo Aurélio.
De acordo com o mestre em recursos hídricos, Adalberto Cavalcanti Coelho, o grande problema do desperdício é cultural. Lavar roupas e louças em água corrente, em vez de numa máquina com carga máxima, uma vez por semana, por exemplo, demanda entre cinco e seis vezes mais água.
Como há uma sensação de abundância de água, as pessoas não economizam como deveriam até que passe a pesar no bolso. “Para se ter uma ideia, quando um prédio opta pela medição individualizada, ou seja, cada um paga sua conta em vez do condomínio, o consumo de cada apartamento cai, em média 30%”, afirma.