Na celebração do partido, uma imensa boia em formato de planeta Terra foi jogada de um lado para outro ao som da música A Rede, do cantor Lenine. Um pequeno grupo presente ao Encontro Nacional da Rede Pró-Partido ensaiou gritos de “Marina presidente”.
Segundo a convocatória divulgada no site oficial, a nova agremiação se propõe a ser um “instrumento político de transformação social” que se colocará contra o monopólio de grupos voltados para a disputa do poder “sem compromisso com um futuro sustentável e incapazes de enfrentar a profunda crise que se abate sobre a civilização e ameaça a continuidade da vida humana no planeta”.
O trabalho para a criação do novo partido começou há cerca de dois anos, quando Marina Silva decidiu deixar o Partido Verde (PV), pelo qual concorreu ao cargo de presidente, em outubro de 2010, superando os resultados das pesquisas com 20 milhões de votos. Para que o partido seja oficializado, após apresentar o estatuto, o grupo precisa reunir, no mínimo, 480 mil assinaturas de eleitores, com representatividade em todos os 26 estados da Federação, além do Distrito Federal.
Luta pelo meio ambiente
Natural do Acre, um dos estados mais pobres do Brasil, na fronteira com a Bolívia, Marina Silva alfabetizou-se somente aos 16 anos de idade. Tornou-se especialmente conhecida nos anos 1980 pela sua luta pela preservação da Amazônia, ao lado do ativista Chico Mendes, assassinado em 1988. Marina Silva foi ainda senadora pelo Acre durante 16 anos e ministra do Meio Ambiente de Luís Inácio Lula da Silva entre 2003 e 2008, tendo renunciado do cargo por se negar a ceder às pressões para flexibilizar a concessão de licenças ambientais de uma hidroelétrica no Rio Madeira, no norte do Brasil.